20 novembro 2015

Olhar para os americanos

França adota medidas de segurança reforçadas nos comboios – “Vamos colocar um americano em cada carruagem!”.

Esta imagem foi publicada num jornal argelino, após a tentativa de atentado num TGV em França, em 21 de agosto passado, onde o terrorista foi neutralizado por três americanos e um inglês sexagenário. Para lá desta suposta diferença de atitude do lado dos americanos, há um aspeto mais objetivo e significativo que tem a ver com elaboração e adoção de legislação para lidar com esta ameaça e particularmente o registo centralizado dos passageiros aéreos. Os Estados Unidos realizaram-no e exigiram da Europa os dados pessoais de quem para lá vai. Como é habitual, a Europa protestou mas lá teve que aceder.

Do lado Europeu, a criação de um registo comum, o PNR, “Passanger Name Record”, avança, mas muito travado pelo Parlamento Europeu. A celeridade é tal que em julho deste ano, a comissão respetiva do PE aprovou um projeto da Comissão Europeia, inicialmente apresentado em 2011. Os novos atentados voltam a trazer o assunto para o topo da agenda. Qual a frequência necessária para garantir que o PNR se conclui e que haverá coordenação e circulação de informação franca entre os vários países europeus: um atentado cada dois meses?

Curiosamente, do lado das vozes críticas, o bizarro novo líder do Partido Trabalhista Britânico, o Sr Corbyn, conseguiu dizer, e ainda a quente, não concordar muito com as instruções dadas à polícia de atirar a matar contra os terroristas. Neste caso, aparentemente, a chave não estará na frequência, mas sim na proximidade. Dirá o mesmo se acontecer algo no seu quintal?

Se a Europa não necessita de colocar um americano determinado em cada esquina, não lhe faria mal inspirar-se da capacidade de tomar e implementar decisões rapidamente, em vez de ficar eternamente a discutir subtilezas, enquanto o polvo maligno cresce e vai chacinando inocentes.

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