11 novembro 2015

Ai Portugal


Digo e repito: não tenho simpatia nem afeto e muito menos interesse associado a qualquer partido político. Tenho alergia a inúmeros políticos, de todos os quadrantes. No entanto, governar o meu país e construir aquele que será o dos meus filhos, é demasiado sério para ficarmos entretidos e satisfeitos a atirar pedras e a fazer piadas brejeiras sobre quem nos governa. Usem esse registo para quando falarem dos treinadores de futebol. Pode não ser elegante, mas os efeitos são limitados.

Há 4 anos o Estado estava a escassos passos de não ter dinheiro para pagar salários e reformas. A culpa não foi todo do PS, mas ele estava ao leme. O primeiro-ministro da altura apareceu entretanto com largas manadas de cabritos, sem se lhe conhecerem as cabras. O acordo com quem na altura nos emprestou o dinheiro, que desesperadamente necessitávamos, foi negociado e acordado em primeira linha com o próprio PS. A fatura veio depois, para quem a merecia e para quem não a merecia.

Acreditei eu que tal etapa constituiria uma vacina e uma aprendizagem. Infelizmente, o PS de hoje destrui essa oportunidade. Este discurso do “vamos acabar com a austeridade”, como se esta tivesse sido uma opção da direita à qual eles foram alheios, não é sério. Reverter nacionalizações e concessões para permitir continuar a haver uma greve todos os meses, choca quem sua o seu trabalho.

Digo e repito: a minha preocupação principal não é eu trabalhar mais 4 ou 5 anos ou perder 10 ou 20% da minha reforma. A minha preocupação principal é o país que irão encontrar os meus filhos e a restante geração dos 20 anos. O seu futuro depende pouco da reposição das pensões, dos salários da função pública e muito menos das greves nos transportes. Depende de haver gente empreendedora, que acredita no país e que nele investe. É com profunda tristeza que vejo alguns esfregando as mãos de contentamento, porque os empresários “agora vão vê-las!”. Nem todos serão gente boa, é certo, mas com este clima, é muito provável que os meus filhos e muitos outros fiquem a ver navios…!

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