14 novembro 2015

Se eu hoje estivesse em Paris


Se eu hoje estivesse em Paris, teria ido jantar a uma esplanada. Em seguida iria ouvir música ao vivo, ou numa sala formal, ou num pequeno bar da “cité bergere”, como o Limonaire, onde no fim circula o chapéu e cada qual paga o que entender.


Faria isso em homenagem aos mortos de ontem. Para deixar claro aos energúmenos que os assassinaram que eles não podem nem irão mudar a nossa forma de viver. Essa seria a maior derrota.

Ao mesmo tempo, gostaria que secassem aquela gente, que realmente os isolassem, que os interesses geostratégicos no Médio Oriente deixassem de permitir qualquer contemporização com isto. Gostaria que não fosse tão fácil ir da Turquia para a Síria e voltar. Gostaria de ter a certeza de que o dinheiro que pagou esta aventura assassina não é o mesmo que paga as grandes encomendas à indústria militar francesa. Não sei se é, mas gostava de ter a certeza.

Também gostaria de ver uma mão firme e implacável contra todos os lugares reais e virtuais onde se apela ao ódio, onde se cultiva o radicalismo e se criam estes alucinados.

Se eu estivesse hoje em Paris, estaria, de uma certa forma, a celebrar.

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