01 novembro 2015

Arcozelo à lupa

O processo começa em 1985, quando no âmbito do FACA se realizou e expôs um levantamento fotográfico da freguesia. Findo o evento, as fotografias foram colocadas dentro de um grande e sólido saco plástico e aí hibernaram.

Reencontradas mais tarde, pediam o desafio de comparar o Arcozelo de 1985 com o de hoje. O primeiro objetivo era repassar os mesmos locais, 30 anos depois. A leitura das fotos de 85, nessa perspetiva, levantou algumas questões. Para locais que mudaram de função, manter o local ou a função; para quem já não está, recordar a obra ou procurar novos saberes?

O passo seguinte foi ler as fotos e agrega-las por temas. O mar, a terra (agricultura), a fé, os ambientes, o emprego, as coletividades, as infraestruturas e os saberes. A partir daqui, tornou-se mais fácil definir a nova leitura desses temas.

A freguesia foi dividida em 14 zonas e, durante 41 horas, palmilhei ruas, esquinas, becos e campos. Todo o tipo de caminhos e até mesmo onde não os havia. Fui registando o planeado e acrescentando o que me ia falando, durante essas andanças. Ou porque estava igual ao que a minha memória sempre recordara, ou pela precaridade pressentida, ou, claramente, pela transformação, por vezes brutal, constatada. Outros olhares certamente destacariam outras coisas, diferentes.

A fase dos exteriores está concluída. Do que está feito falta analisar, classificar, retocar e repetir o que for necessário. O capítulo dos “saberes” ainda tem um bom bocado para andar...

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