21 junho 2015

Uma nova esquerda

Há uma “nova esquerda” a nascer na Europa e a crescer no natural descontentamento do eleitorado com a degradação e a corrupção associadas aos partidos tradicionais. É “contra” os mercados e contra quem manda na Europa. Se bem que a Europa e a sua governação não sejam exemplares, fico a refletir no seguinte. Se todos os países Europeus, incluindo a Alemanha, fossem como a Grécia, governados por um Syriza com mãos largas a manter um brutal custo no Estado e de mãos rotas quanto a cobrança de impostos, com défices permanentes e a solicitar ajuda aos outros… como ficaria a Europa? Falida.

Ou seja, esta abordagem de sacar aos ricos, só funciona enquanto houver ricos. Tem alguma incoerência, não terá? É uma opção “marginal” e dificilmente um partido de poder consegue exercê-lo de forma sustentada, pedindo cheques ao inimigo, quanto mais não seja por uma guerra que acabou há 70 anos. Não é certamente “..mais um sinal da mudança da orientação política que está em curso na Europa, do esgotamento das políticas de austeridade e da necessidade de termos uma outra política …” Sic António Costa, Janeiro 2015.

Na encruzilhada em que a Europa está, globalmente mais pobre e a necessitar de encontrar novos equilíbrios, a esquerda precisa de procurar novos valores e rumos que certamente não passam por uma diabolização primária de quem é solvente.

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