17 junho 2015

Politiquice não rima com economia

Correndo o risco de este texto poder ser algo boomerang, o processo de privatização da TAP demonstrou sermos extraordinariamente ricos em especialistas de gestão de companhias aéreas. Correram rios de tinta, e de megabytes, com opiniões e sentenças sobre os prós e contras do processo, carradas de sugestões de viabilização da empresa e sábias conclusões sobre a necessidade ou não da venda.

No fundo, ficou demonstrado o enorme problema associado a empresas públicas, muito aquém das questões de princípio sobre o papel do Estado na sociedade. É que, a todos os níveis, o que estava em causa não era a empresa, o seu negócio ou o seu serviço. O que estava em causa era politiquice, marcar pontos ao adversário.

A vida não é fácil e, de há uns tempos para cá, para as companhias aéreas muito difícil, como se constata pela situação e histórico das congéneres europeias da TAP. Sequestrar uma companhia de transportes, construção naval, telecomunicações, ou outra qualquer sujeita a concorrência, entre gestão politizada e sindicatos partidários é sentença de morte.

Daí a vontade de ver essas empresas privatizadas para acabar de vez com estas distrações caras. Sendo que privatizar a propriedade ou operação de serviços sensíveis exija uma regulamentação bem pensada… que se resolve, naturalmente, sem politiquice.

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