Tempos houve em que os aviões tinham várias formas e feitios. Hoje apenas distingo um Airbus dum Boeing pelo recorte da janela do “cockpit”. Fruto da evolução e optimização estão definidas e estabilizadas as opções que provaram funcionar melhor.
Também não existem hoje diferenças programáticas de fundo entre os partidos que governam. Uma grande parte do eleitorado acha que modelo de Estado e de governação deve continuar como está. A chamada alternância democrática não tem tido por base os programas mas sim as pessoas: a seriedade e a capacidade pressentidas. Hoje sabemos também que a margem de manobra orçamental é reduzida, não vale a pena contar e acreditar em “papas e bolos”. A oportunidade do PS deveria basear-se na capacidade de fazer melhor o que os actuais não fizeram: muito especialmente a verdadeira reforma do Estado.
O comandante Costa não parece entender assim – em vez de nos tentar convencer de que pilotará bem o avião, acha que precisamos de um modelo diferente. Também não quis ser ele a desenhar e a apresentar essa alternativa: subcontratou-a a uns economistas sábios. Eu acho que um partido pode encomendar externamente a sua campanha eleitoral, mas não a estratégia. Aliás os economistas são mais analistas do que construtores, não têm um campo de intervenção suficientemente abrangente e a passagem de grandes laureados académicos pelo fogo real, não tem sido muito bem-sucedida.
As ideias avulsas que vão caindo também não convencem. Hoje não se pode privatizar a TAP e ontem podia-se? E na privatização da ANA nada se disse? Porque é que o Metro de Lisboa há-de ser uma vaca sagrada pública, quando o Metro do Porto funciona com gestão privada sem problemas!?
Foto "Lusa"
Sem comentários:
Enviar um comentário