27 maio 2015

Aviso à navegação

Até há bem pouco tempo eu costumava dizer que ano em que a minha medicação total ultrapasse duas aspirinas, era um ano mau. Tirando umas coisas às vezes com dentes, as despesas de saúde declaradas no IRS eram praticamente nulas. Achava que para a maior parte dos problemas deveria ser o organismo a reagir e a defender-se sozinho, mesmo para uma tosse.

No verão passado tive uma dessas que não quis ir embora sozinha, precisou de xarope! Por precaução, fiz a seguir um rastreio à área pulmonar e, aí, nada se encontrou. Apenas foi detetado um “pequeno” problema com o nível do colesterol. Na ausência de outros fatores de risco cumulativos, entendeu-se que uma mudança de hábitos poderia ser suficiente para a coisa ir ao sítio.

Quando retomei alguma atividade física, sobretudo ao frio, uma dor aguda aparecia e desaparecia no peito. Maldisse a lenta reação à tosse anterior e que agora me estaria a cobrar algo no sistema respiratório. Com a chegada da primavera a intensidade diminui, o que mais me confirmava ser uma questão de respiração, em recuperação lenta.

Em consulta de rotina, recomendaram-me a realização de uma prova de esforço, para despistar… e pronto, pouco tempo depois estava a realizar um cateterismo que identificou e corrigiu uma obstrução de 90% numa das coronárias… Ufa!

Atenção, portanto, porque estas coisas às vezes avisam, mas nem sempre se entende à primeira, outras vezes não avisam… e podem ser danadas!

Apraz-me também registar que não estamos como há 1400, 2000, 500 ou 100 anos atrás. Felizmente o mundo evolui, senão eu estaria tramado.


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