Eles já não eram de bons fígados e, distraído ou não, naquele dia, o Silva não cumprimentou o Sousa quando se cruzaram.
O Sousa não gostou e, para “paga”, comentou no café que o Silva era uma grandessíssimo mal criado.
O Silva não gostou e, para “paga”, deixou o seu cão urinar no pneu do automóvel do Sousa.
Para “paga”, o Sousa riscou o automóvel do Silva com um prego.
O Silva apanhou o Sousa distraído e, para “paga”, martelou-lhe o automóvel com um ferro.
O Sousa viu o filho do Silva e, para “paga”, com outro ferro, partiu-lhe uma perna.
Vários anos após, o Silva e o Sousa continuam a ferro e fogo, apresentando continuamente ou ao outro facturas que nunca saldam a dívida. O último fica sempre credor e com “direito” a avançar com nova cobrança.
Esta história pode parecer ridícula e sem sentido, mas não é assim tão descabida. Cada vez que falta o sentido da proporcionalidade e a retaliação é percebida como desmesurada, o retaliado fica credor. E, por pequena que seja a dívida inicialmente criada, se os intervenientes não tiverem sentido de proporcionalidade e de razoabilidade, o resultado é triste:
Poderá haver um “fraco” que se submeta, tolerando melhor ou pior a “injustiça” (se o Sousa não ligasse à falta da saudação ou se o Silva tivesse ignorado o comentário no café, nada do seguinte teria ocorrido).
Ou, então, não há “fraco” e há guerra, estúpida como a maior parte delas, e maior ou menor conforme os meios ao alcance destes “fortes”.
Os grandes homens têm sentido da proporcionalidade e conseguem saldar as suas dívidas honradamente; os fracos não. E uma boa parte das atrocidades neste mundo nascem, precisamente, da falta de sentido de proporcionalidade destes “pseudo-fortes”.
O Sousa não gostou e, para “paga”, comentou no café que o Silva era uma grandessíssimo mal criado.
O Silva não gostou e, para “paga”, deixou o seu cão urinar no pneu do automóvel do Sousa.
Para “paga”, o Sousa riscou o automóvel do Silva com um prego.
O Silva apanhou o Sousa distraído e, para “paga”, martelou-lhe o automóvel com um ferro.
O Sousa viu o filho do Silva e, para “paga”, com outro ferro, partiu-lhe uma perna.
Vários anos após, o Silva e o Sousa continuam a ferro e fogo, apresentando continuamente ou ao outro facturas que nunca saldam a dívida. O último fica sempre credor e com “direito” a avançar com nova cobrança.
Esta história pode parecer ridícula e sem sentido, mas não é assim tão descabida. Cada vez que falta o sentido da proporcionalidade e a retaliação é percebida como desmesurada, o retaliado fica credor. E, por pequena que seja a dívida inicialmente criada, se os intervenientes não tiverem sentido de proporcionalidade e de razoabilidade, o resultado é triste:
Poderá haver um “fraco” que se submeta, tolerando melhor ou pior a “injustiça” (se o Sousa não ligasse à falta da saudação ou se o Silva tivesse ignorado o comentário no café, nada do seguinte teria ocorrido).
Ou, então, não há “fraco” e há guerra, estúpida como a maior parte delas, e maior ou menor conforme os meios ao alcance destes “fortes”.
Os grandes homens têm sentido da proporcionalidade e conseguem saldar as suas dívidas honradamente; os fracos não. E uma boa parte das atrocidades neste mundo nascem, precisamente, da falta de sentido de proporcionalidade destes “pseudo-fortes”.
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