27 março 2012

EDP - mais milhão, menos poste


No poste de iluminação pública em frente à minha casa está colado um cartaz com um fundo bem preto da EDP Distribuição dizendo: “Foco desligado ao abrigo do programa de poupança energética promovido pela câmara municipal “, que é como quem diz: “Não nos chateiem a comunicar uma avaria, é a vossa câmara que não quer pagar o consumo”. Gostaria de o ver ligado, iluminando a rua em frente à minha casa, mas entendo que ajustar o que se gasta ao que se pode pagar é uma política sã e, obviamente, alguém ficará de alguma forma prejudicado. Para lá das políticas e das polémicas com as rendas energéticas e da “obrigação” de alguns consumidores passarem para o regime “livre”, coisas que eu precisaria de bastante tempo para entender, lembrei-me de uma notícia recente sobre a excelência arquitectónica que a EDP decidiu aplicar aos seus novos empreendimentos. Pelos vistos as casas das máquinas das novas centrais serão desenhadas por arquitectos premiados com o famoso “Pritzker”, uma inovação a nível mundial. Segundo li, e concretamente para o primeiro caso, do Foz Tua, isso traz um acréscimo de custo, à partida, que na opinião do presidente da eléctrica é ligeiro e de apenas mais 2 milhões de euros.

O cartaz preto no meu posto de iluminação é também uma inovação, não sei se a nível mundial, mas não é nenhuma excelência de design, nem precisaria de o ser. Eu sei que isto aconteceu como resposta directa ao aumento do IVA, mas a base também conta e o impacto do custo da energia nos cidadãos e em toda a actividade empresarial e respectiva competitividade é tamanho que não deveria haver espaço para andarmos a brincar ao bonito com uns milhões supostamente insignificantes.

22 março 2012

Memória de Salazar

Depois da famosa votação do “maior português de sempre”, multiplicam-se os sinais de que com Salazar é que estávamos bem e de que com um Salazar hoje estaríamos melhor. É dos livros que nas situações de crise os ditadores emergem e as ditaduras se estabelecem. Espero bem não ser esse o nosso caso hoje, mas quero realçar que nessa nostalgia pelo homem de Santa Comba, há alguma vista grossa a coisas importantes. Vamos pôr de lado a censura, a PIDE e a guerra colonial que, cada qual por si, são já um peso bastante pesado. Não haveria na altura parcerias-público-privadas negociadas e geridas entre a simples catástrofe ignorante e o complexo caso de polícia. Não havia uma terceira autoestrada Porto-Lisboa em construção quando a segunda está vazia, mas também nem havia sequer uma. Associado às compras de submarinos e armamento não terá havido movimentos estranhos para contas partidárias porque não havia partidos. Escândalos de desclassificação de zonas de reserva ambiental para construir centros comerciais também não, por haver poucas ou nenhumas dessas zonas. Mas, mesmo que tivessem acontecido coisas parecidas, não se sabia porque não havia comunicação social que o publicasse…

Vamos então ao principal e assobiando para o lado relativamente a tudo o que está para cima. Vivia-se melhor em Portugal no tempo de Salazar? Quem não o viveu não sabe, mas pode informar-se. Basta ver estatísticas e comparar como estávamos face à Europa e como estamos hoje em termos de mortalidade infantil, rede hospitalar e cuidados de saúde, taxa de analfabetismo, cobertura da rede eléctrica, saneamento, água potável e outros indicadores fundamentais de desenvolvimento social e humano. Senhores saudosistas e ignorantes: peço desculpa mas nem sequer se pode dizer que apesar da ditadura e da guerra se vivia bem. Não, nem esse mérito se pode atribuir ao dito cujo: vivia-se miseravelmente mal.

16 março 2012

As causas

Fala-se em averiguar a causa do acidente do autocarro belga na Suiça, falha humana ou mecânica, não se sabe e talvez nunca se esclareça. O que se sabe é que o autocarro saiu da sua faixa de rodagem para a direita.

Agora, o que é bem claro, e talvez mais importante é o porquê da dimensão das consequências. O número de mortos é extraordinariamente elevado porque uma secção de paragem de emergência na berma terminava perpendicular à estrada. Depois de se despistar, por um motivo qualquer, em vez de encontrar um ângulo suave, o autocarro bateu de frente numa parede de betão!

Se fosse num país “atrasado e desorganizado”, dos que vêm estas questões da prevenção com ligeireza já estariam os “civilizados e organizados” a fustigar com tão clamoroso erro de concepção no túnel. Como foi na Suíça continuam a achar que o importante é descobrir porque é que o autocarro fugiu para a direita ….

08 março 2012

Lusoponte

Para lá do quiproquó da informação/desinformação do primeiro-ministro no Parlamento, o fundo desta questão é assustador. A Lusoponte terá direito a uma indemnização “contratual” devido à habitual não cobrança de portagens em Agosto. O ano passado o governo decidiu acabar com essa isenção mas, aparentemente, o contrato não permitia deixa de indemnizar a concessionária, que assim recebeu duas vezes e, pior, ficou tudo calma e tranquilo desde o final do verão até agora, em que apenas após pressão externa é que afinal se “descobriu” ser necessário corrigir a situação.

Este governo que não hesita em me cobrar uma multa por um IUC pago com umas semanas de atraso há uns anos atrás é assim tão “mãos-largas” com 4,4 milhões de euros? A iniciativa das Estradas de Portugal de reter o que acharam devido em Setembro de 2011 foi cancelada por falta de enquadramento legal e, pronto, assim ficou até alguém por acaso se lembrar de levantar a questão uns meses mais tarde. Se tal não tivesse acontecido eram apenas mais 4,4 milhões dos nossos impostos desbaratados. E a Lusponte achava-se moralmente credora do valor? Não se lembrarem de tentar encontrar uma solução para devolverem aquilo a que não tinham direito ou “vale tudo”?

Se é com este rigor e empenho na defesa da causa pública que são negociadas e geridas estas concessões e parcerias pública privadas, não há orçamento de Estado que resiste. Senhores Ministros, Juízes, Deputados e todos os demais que tenham poder e obrigação de intervir: EXIJO que o dinheiro dos meus impostos seja tratado com mais respeito… e seriedade.

07 março 2012

A austeridade não basta

Alguns dizem que a austeridade não é solução, outros que inclusive faz parte do problema e é fácil concordar que austeridade apenas não basta. Mas é bastante mais difícil definir o que se deve fazer em complemento ou em alternativa. Gastar dinheiro “público” como se fez sistematicamente nos últimos anos está mais que provado que não é boa opção. Temos que o pedir emprestado, o que se tornou mais difícil, temos que pagar juros desse empréstimo, cada vez mais elevados e a operação só vale a pena se o seu resultado der, pelo menos, para reembolsar o empréstimo e pagar os juros, o que não é manifestamente o caso. Se o retorno da utilização de um empréstimo não chegar sequer para pagar os juros respectivos é uma espiral de endividamento e a que se segue fatalmente a falência e do que actualmente não estamos livres. Greves e protestos pela perda de direitos adquiridos também não ajudam muito.

O que podemos então acrescentar à austeridade que não agrave a situação e que ajude? É muito fácil: atitude! Atitude de trabalho, de rigor, de empenho e competência. Não custa dinheiro e pode ter resultados espectaculares. E é isto que vemos? Não, não é. Sintomático é o caso recente da encomenda da Douro Azul aos estaleiros de Viana do Castelo (ENVC) cancelada. Com tanto alarido que se faz/gosta de fazer com a remuneração dos gestores públicos, estranho o reduzido impacto que teve esta notícia. Muito mais importante do que 1000 euros a mais ou menos no vencimento de um gestor é o resultado dessa gestão. E se o que Mário Ferreira disse é mesmo assim, e até agora não vi nenhuma posição pública da dos ENVC desmentindo ou rectificando… então é mesmo grave! A factura para o contribuinte segue naturalmente dentro de momentos e poderia não ser uma fatalidade. Os trabalhadores dos ENVC, e doutras empresas públicas, que protestam contra as possíveis privatizações ganharão consciência que o facto de a empresa ser pública pode ser precisamente o que cava a respectiva sepultura?

29 fevereiro 2012

Por acaso

Por acaso, após aqueles programas que se dizem de “notícias” e que têm um pouco de tudo incluindo notícias, corri alguns canais antes de desligar a televisão, coisa que faço umas 2 ou 3 vezes por mês. Apareceu-me na RTP Memória “O Regresso de D.Camilo” e fiquei agarrado, roubado de umas duas horas e tal ao meu encontro com a cama.

Para lá do “agradável” da comédia e do espírito do humor, há algo de mais naqueles personagens. Uma enorme humanidade e respeito pelo homem. Para lá das trapaças e rasteiras pouco honestas trocadas entre o padre e o presidente da junta comunista existe como que uma linha fundamental intransponível: no fundo há homens que se respeitam. Como se no fundo a brutalidade não fosse mesmo brutal, como se a mentira não fosse mesmo a sério, até às últimas consequências. Não sei. Não consigo descrever mas há um valor humano muito intenso e digno que quando o “perigo” se aproxima desperta e bloqueia o ir longe demais. Digno e humano.  
   

26 fevereiro 2012

O Artista

Tem um enredo em “bossa de camelo”, sobe, cai na fossa e no fim sobe de novo, acabando tudo bem; as personagens são absolutamente lineares e sem surpresas; a narrativa é tão previsível que podemos ir adivinhando o desenvolvimento em avanço. Pois é... Não é um filme para intelectuais... 

Mas é um filme belíssimo e não é por acaso. Há detalhes de sobe e desce de escadas a subir e a descer, planos inclinados… e sorrisos maravilhosos, expressões ríquissimas e que é um gosto ver …  pois é; a beleza não precisa de ser complicada pois não? Um filme belíssimo (na minha opinião é claro…)

24 fevereiro 2012

De quem se fala

Confesso que tenho mais simpatia por Barcelona do que por Madrid e que essa preferência se transmitiu numa primeira fase ao Barça x Real. Com a história da transferência do Figo, o meu “respeito” pelo clube catalão baixou bastante. Neste momento “me encanta” que o Real regresse aos títulos e que para isso tenha necessitado de Portugueses em que, para lá do C. Ronaldo, esteja especialmente o “Mou”. Sem concordar com muitas das suas posições e afirmações, acho sumamente divertida a trovoada que ele causa por terras de Castela. 

Por isso tenho sempre alguma curiosidade quando vejo um título sobre Mourinho. Desta vez era “Mourinho acusado de ser homofóbico” e lá vem a interrogação “o que é que foi desta?!!”. Pelos vistos, antes do último jogo com o CSKA em Moscovo e face ao atraso dos anfitriões em decidirem qual a bola que seria usada, ele terá dito “Quando é que estes mariconços se decidem…?” e lá veio uma associaçõe que eu nem sonhava que existisse - Federação Europeia de Gays e Lésbicas Desportista - com um “ai Jesus” que isso não se diz” e a solicitar à Uefa que tome medidas e imponha sanções! Sendo que mariconço/maricas não é equivalente a homosexual, a atitude dessa tal federação foi, isso sim, verdadeiramente mariconça!

Está cada vez mais difícil usar algum tipo de adjectivo depreciativo. Em torno da raça está mal é claro; autista e atrasado mental é politicamente incorrecto, se bem que dizer que alguém que ouve está a ser surda não é pejorativa para os verdadeiros surdos. Se se usar burro, urso ou camelo já não faltará muito para uma associação protectora dos animais se indignar. A ser assim, pelo seguro, o melhor é atirar com um rotundo e implacável:

- normal, saudável, descomplexado e heterossexual!!!

Ainda não tem conotação negativa mas já faltou mais e para estes não haverá seguramente nenhuma associação que se manifeste.

22 fevereiro 2012

Cinzas

Da mesma forma que acho que só deve gozar férias quem trabalha, também acho que só deveria gozar o Carnaval – Carne Vale – Adeus à carne - quem a seguir realmente fizer quaresma. Grande heresia ? Talvez: ao fim e ao cabo toda a gente tem o direito de se divertir e o motivo de fundo é secundário…!

Estarei a exagerar, um pouquinho. Obviamente que para lá de os antecedentes do Carnaval poderem estar para lá desse antes da quaresma, também a sua história mais recente terá enraizado e contraído um significado próprio e desligado do pré-jejum.

Conheci um alemão que um mês por ano resolvia fazer um jejum de : álcool, tabaco, café e chocolate. Ignoro se fazia uma despedida no último dia antes de iniciar o ciclo, mas era uma forma de se convencer que podia viver sem esses 4 “vícios”.

Não, não o faço e também não celebro o Carnaval, mas no fundo não posso deixar de estar de acordo que o valor de muita coisa só se clarifica na sua carência/quaresma.

E, pode não ter muito a ver mas lembrei-me de um álbum do grande Chico Buarque de 1978 em que durante a ditadura el falava num “cálice”, invocando a censura do “Cale-se” e que incluía uma belíssima música de Silvio Rodrigues que só mais tarde aprendi a ler aquela história dos mortos da felicidade:

Vivo en un país libre
cual solamente puede ser libre
en esta tierra, en este instante
yo soy feliz porque soy gigante.
Amo a una mujer clara
que amo y me ama
sin pedir nada
o casi nada,
que no es lo mismo
pero es igual

Y si esto fuera poco,
tengo mis cantos
que poco a poco
muelo y rehago
habitando el tiempo,
como le cuadra
a un hombre despierto.
Soy feliz,
soy un hombre feliz,
y quiero que me perdonen
por este día
los muertos de mi felicidad.

15 fevereiro 2012

And I will always love you

Claro que não, claro que não há sempre, como o triste fim da menina bonita desta fotografia ilustra. Não há sempre, nem nunca, nem tudo nem nada. Mas, mesmo sendo pieguice, é bonito de ouvir.

E.. como diria um “outro”:

- Se não há nada de mais maravilhoso do que uma mulher que nos tenta conquistar;
- também não há nada de mais ……… do que uma mulher que nos considera conquistados.

E, parece mal para um dia de namorados ?!

10 fevereiro 2012

Kompass life 3

Afinal sempre há novidades … logo após publicar o texto anterior clamando a inexistência de novidades vi a notícia daquela coisa esquisita que dá o nome a esta publicação. É um suposto produto financeiro de um banco alemão, Deutsche Bank.

Eu entendo que se fizer um seguro de vida, terei uma estimativa de vida que será calculada e considerada, de forma mais ou menos agregada, e que se eu viver mais tempo do que essa previsão a seguradora fica a ganhar porque cotizo mais tempo e se eu morrer antes, perdem.

Este conceito do “Kompass life” parece que começou por ser trazer este perder/ganhar para o público. O banco fazia apólices de seguros em nome de indivíduos e pagava os prémios. Quando morriam o dinheiro da apólice ia para o fundo. Quando mais cedo morressem, mais o fundo valorizava, mais rendível era o investimento.

Pelos vistos esta versão 3 é mais “simples”. Não há apólices de vida. Foram seleccionados 500 americanos idosos e “especialistas médicos”, do banco, claro, calcularam a respectiva esperança de vida. O público só tem que apostar e se morrerem mais cedo do que essa previsão ganha o investidor; se morrerem mais tarde, ganha o banco. Deixando de lado a “esperteza” do banco que é juiz, ao determinar a esperança de vida, e parte interessada, fica a ganhar se ultrapassarem essa estimativa, como se pode classificar estes “investimentos” com a morte?

Uma seguradora tem um negócio montado e regulamentado, mas ter milhares de pessoas esperando que os tais seres humanos morram depressa para o seu “investimento” ter o maior retorno, não sei se se lhe deve chamar imoral, indecente ou outra coisa, mas que não está certo, não está. Ou então, por outras palavras, este não é o mundo em que eu quero viver. Ou ainda, não é assim que eu concebo que se possa ganhar a vida.

07 fevereiro 2012

Nada de novo

Depois de um longo intervalo apetece dizer “nada de novo” em jeito de desculpa. E, realmente, apenas confirmações do que se sabia… vamos por partes.

Cavaco Silva – as limitações eram conhecidas, as expectativas baixas mas agora não sobra nada. Não temos mesmo “Presidente” e por vários efeitos cumulativos – queixar-se da redução das pensões no principio, dizer que não chegam quantificando uma e omitindo a mais elevada (não sabe quanto somam mas sabe que não chegam), recusar o principio básico que a todos é pedido de ajustar o que gasta ao que ganha e referir as poupanças, sabendo que uma boa parte dessas “poupanças” foi a negociata das acções da SLN/BPN que estamos todos a pagar, é dose a mais para uma intervenção só: o homem “morreu”.

Inverno árabe – depois da Primavera de esperança tunisina, do Verão quente líbio e do Outono “democrático” egípcio dos islamistas e salafistas, temos o Inverno sírio. Se no início até se podia acreditar que na base estava um movimento genuíno e popular, a guerra na Líbia mostrou que algo mais havia para além dos cartazes, as eleições provaram que a alternativa democrática é o islamismo, mais ou menos moderado, se é que existe essa variante, e a Síria é o seguinte. Al-jazira, Qatar.. há aqui uma força “externa” que “ajuda à democracia”. O Ocidente entrou a contra-gosto neste comboio na Líbia e agora está num comboio desconfortável e não sabe que fazer… Entretanto, há centenas de sírios mortos por semana mas vítimas são apenas os pobres palestinianos…

Corolário: os mortos no campo de Port Said e o que se seguiu. Se é apenas ódio “tribal” transladado ao futebol é preocupante; se é algo mais e é mais preocupante. A solução é a democracia ?

Europa – Já perdi as contas às cimeiras e às formulações e reformulações dos “fundos”. Senhores: a Europa no seu global está mais pobre e assumam isso. Se, apesar das aldrabices gregas, os lá do Norte continuam a achar que a solução é deixar cair os membros gangrenados estão enganados e vamos definhar todos.

Carnaval, pelos vistos. Pelos vistos a tolerância de ponto é um direito adquirido; pelos vistos a falta de disponibilidade dos funcionários públicos condena as celebrações – há assim tantos funcionários?!; e, pelos vistos, uma dia a mais ou a menos não faz diferença – claro que não, quando há gente excedentária que apenas precisa de acelerar um pouco depois para compensar.

04 janeiro 2012

Sociedades secretas

Por motivos diversos tem-se falado ultimamente nas tais sociedades secretas. Em primeiro lugar parece-me perfeitamente lícito que um grupo de cidadãos com um interesse comum se agrupe e crie um sindicado, no sentido lato da palavra, qualquer que seja o grupo e o interesse. Agora, que seja secreto ou algo escondido já me parece menos óbvio. Quem não deve não teme e, acrescento eu, quem não teme não se esconde. Posso entender que uma associação cristã em Espanha nos anos 30 sentisse medo e necessidade de se esconder, assim como que os comunistas o fizessem em Portugal durante o chamado Estado Novo. Hoje não consigo vislumbrar qual pode ser a razão ou o receio que justifique alguma forma de secretismo nos dias que correm.

Depois, há a questão da clareza das intenções. Os promotores imobiliários do Distrito de Aveiro terão todo o direito de criar uma associação que defenda os seus interesses mas não lhe deverão chamar “Associação para a Defesa da Biodiversidade da Ria de Aveiro”. E não devem fazê-lo por duas razões: uma é estarem a enganar a sociedade em geral, a segunda, muito mais grave, é captarem a generosidade de jovens de idade e/ou de espírito que ao pensarem que estão a trabalhar para a defesa da biodiversidade da Ria de Aveiro, estão é a trabalhar para promotores imobiliários. Isto é imoral e obsceno e as “ONG’s” a sério deveriam denunciá-lo.

29 dezembro 2011

A bem da Nação

De acordo com alguns órgãos de comunicação social, a Assembleia de República este vazia de deputados no dia 23/12. Não havia tolerância de ponto, donde que das duas uma: ou os deputados assumiram uma tolerância indevida ou todos encontraram algo que fazer no exterior nesse dia, o que é uma coincidência extraordinária…

A bem da Nação, da dignidade do órgão e da seriedade e solidariedade que deve existir sempre e muito particularmente no período em curso, seria muito positivo que todos os grupos parlamentares comunicassem publicamente o que todos os seus deputados andaram a fazer nesse dia 23/12.