07 março 2012

A austeridade não basta

Alguns dizem que a austeridade não é solução, outros que inclusive faz parte do problema e é fácil concordar que austeridade apenas não basta. Mas é bastante mais difícil definir o que se deve fazer em complemento ou em alternativa. Gastar dinheiro “público” como se fez sistematicamente nos últimos anos está mais que provado que não é boa opção. Temos que o pedir emprestado, o que se tornou mais difícil, temos que pagar juros desse empréstimo, cada vez mais elevados e a operação só vale a pena se o seu resultado der, pelo menos, para reembolsar o empréstimo e pagar os juros, o que não é manifestamente o caso. Se o retorno da utilização de um empréstimo não chegar sequer para pagar os juros respectivos é uma espiral de endividamento e a que se segue fatalmente a falência e do que actualmente não estamos livres. Greves e protestos pela perda de direitos adquiridos também não ajudam muito.

O que podemos então acrescentar à austeridade que não agrave a situação e que ajude? É muito fácil: atitude! Atitude de trabalho, de rigor, de empenho e competência. Não custa dinheiro e pode ter resultados espectaculares. E é isto que vemos? Não, não é. Sintomático é o caso recente da encomenda da Douro Azul aos estaleiros de Viana do Castelo (ENVC) cancelada. Com tanto alarido que se faz/gosta de fazer com a remuneração dos gestores públicos, estranho o reduzido impacto que teve esta notícia. Muito mais importante do que 1000 euros a mais ou menos no vencimento de um gestor é o resultado dessa gestão. E se o que Mário Ferreira disse é mesmo assim, e até agora não vi nenhuma posição pública da dos ENVC desmentindo ou rectificando… então é mesmo grave! A factura para o contribuinte segue naturalmente dentro de momentos e poderia não ser uma fatalidade. Os trabalhadores dos ENVC, e doutras empresas públicas, que protestam contra as possíveis privatizações ganharão consciência que o facto de a empresa ser pública pode ser precisamente o que cava a respectiva sepultura?

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