Se já estávamos habituados a todo o tipo de casos de falta de ética, princípios e até legalidade em torno do atual governo, o caso de Alexandra Reis é um verdadeiro jackpot que, pela acumulação de particularidades, será difícil de bater.
A começar, se ela sai da administração da TAP por renúncia,
sua iniciativa, a que propósito a empresa deve indemnizá-la? A seguir, o valor
parece absurdo e levantando sérias dúvidas sobre o enquadramento. Na etapa
seguinte é nomeada para presidente da NAV. Para alguém que, de uma forma ou de
outra, não serviu na TAP e foi tão cara de dispensar, vai o Estado assumir novo
compromisso? E não faria sentido que uma tão rápida recuperação de rendimentos
implicasse devolução parcial da indeminização, atendendo a que o “patrão” é o
mesmo? Um patrão normal tê-la-ia certamente imposto.
Alexandra Reis era administradora e os administradores são
nomeados e substituídos pelos acionistas, neste caso o Estado. Vamos acreditar
que para esta empresa e este contexto os ministros da tutela não foram
informados e validaram a operação, como agora presumem ter ocorrido ao
solicitarem à TAP detalhes? Dormiam na forma ou fazem de conta?
Ainda, isto não se passa numa empresa qualquer, é numa empresa
que representa um custo brutal para todos os contribuintes e assim deveria ser
objeto de escrutínio e rigor adicionais neste e noutros campos.
Bom, não era tudo, ainda falta o fato de no final ser
nomeada como secretária de Estado… e supostamente com tutela sobre a
capitalização da TAP pelo Estado. Constitui um recorde difícil de bater, sem
dúvida!
1 comentário:
ética segundo immanuel kant
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