28 dezembro 2022

Jackpot


Se já estávamos habituados a todo o tipo de casos de falta de ética, princípios e até legalidade em torno do atual governo, o caso de Alexandra Reis é um verdadeiro jackpot que, pela acumulação de particularidades, será difícil de bater.

A começar, se ela sai da administração da TAP por renúncia, sua iniciativa, a que propósito a empresa deve indemnizá-la? A seguir, o valor parece absurdo e levantando sérias dúvidas sobre o enquadramento. Na etapa seguinte é nomeada para presidente da NAV. Para alguém que, de uma forma ou de outra, não serviu na TAP e foi tão cara de dispensar, vai o Estado assumir novo compromisso? E não faria sentido que uma tão rápida recuperação de rendimentos implicasse devolução parcial da indeminização, atendendo a que o “patrão” é o mesmo? Um patrão normal tê-la-ia certamente imposto.

Alexandra Reis era administradora e os administradores são nomeados e substituídos pelos acionistas, neste caso o Estado. Vamos acreditar que para esta empresa e este contexto os ministros da tutela não foram informados e validaram a operação, como agora presumem ter ocorrido ao solicitarem à TAP detalhes? Dormiam na forma ou fazem de conta?

Ainda, isto não se passa numa empresa qualquer, é numa empresa que representa um custo brutal para todos os contribuintes e assim deveria ser objeto de escrutínio e rigor adicionais neste e noutros campos.

Bom, não era tudo, ainda falta o fato de no final ser nomeada como secretária de Estado… e supostamente com tutela sobre a capitalização da TAP pelo Estado. Constitui um recorde difícil de bater, sem dúvida!

1 comentário:

Anónimo disse...

ética segundo immanuel kant