27 março 2018

Tão longe e tão perto


Vi recentemente dois filmes que partilham o mesmo tema e o mesmo tempo, exatamente ao dia: “Dunquerque” e “A Hora Mais Negra”. Ambos sobre o resgate de França das tropas inglesas em maio/junho de 1940, após a estrondosa derrota relâmpago sofrida na fase inicial da II Guerra.

“Dunquerque” pode ser “mais um” filme de guerra, mas é mais um filme de gente desesperada a morrer e a ver morrer, do que de heróis gloriosos. Não foi há muito tempo que na Europa se matava assim cruelmente, nem sei se é possível falar em mortes não cruéis numa guerra, e se aquele contexto hoje nos parece longínquo e inverosímil para os tempos que correm, nunca facilitando. Será que esta Europa entendeu definitivamente que uma barbaridade assim nunca mais…? Diremos que sim, mas continuam a fabricar-se e a posicionar-se armas e a Ucrânia é ali ao lado. Podemos ver um filme assim e imaginar que é mesmo a sério, connosco e com os nossos próximos?

Voltando a 1940, enquanto nas praias e nos mares decorre a chacina, no outro lado do canal, em Westminster há jogadas e conspirações de poder. Tão perto e tão longe. Neville Chambarlain, o demitido “primeiro ministro da paz”, continua a defender uma estratégia de “apaziguamento em apaziguamento, até a derrota final”, depois de a tolerância por ele oferecida Hitler em Munique, em 1938 ter apenas garantido um início de guerra mais favorável à Alemanha.

Com razão ou sem razão, essa postura frouxa não deixa de me fazer lembrar o uma vez mais sinuoso Mr Corbyn, relativamente ao caso do envenenamento do ex-espião russo. Não quero com isto dizer que o oposto do frouxo é a guerra; o oposto da fraqueza é a firmeza. Parece estarmos agora a assistir a alguma firmeza na Europa, apesar dos protestos de alguns sempiternos “bem-intencionados”. Gostei particularmente de ouvir o nosso Ministro dizer esperar por explicações cabais das autoridades russas. Esperemos que a cadeira seja confortável.

A propósito de falta de firmeza, lembrei-me ainda da questão da pressão do islão político e social na Europa. Não estou a falar na dimensão espiritual dessa religião nem dos atentados. Estou a falar na tentativa de islamização da sociedade, mesmo… Tudo isto são coisas demasiadas díspares e afastadas? Talvez não, talvez não…!

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