05 março 2018

Coisas (meias) secretas


Quem não deve, não teme e quem não teme não se esconde. Esta reflexão vem a propósito das chamadas sociedades secretas, que não se sabe bem, mesmo bem, quais as suas atividades, métodos e objetivos, mas que existem e englobam gente relevante na gestão da coisa pública.

Num contexto como o da guerra civil espanhola, quando não há Estado de Direito e se prende e fuzila com bastante facilidade, compreende-se existir “temor” e, assim, os afiliados em grupos expostos, esconderem-se por proteção. Hoje, pelos menos no nosso país, ninguém é fuzilado, nem sequer perseguido pelos seus ideais. Dificilmente se entende a necessidade de esconder a pertença a uma tendência ou organização.

Estando em causa gente que participa e influencia a coisa pública não são aceitáveis filiações ocultas a organizações pouco transparentes. Deveria fazer parte obrigatória da declaração de interesses a pertença a uma sociedade que envolve hierarquia e obediências. Não posso aceitar ter um representante ou um governante secretamente afiliado a um grupo de interesses. Mesmo que o individuo assuma a filiação, continua a existir um problema quando os interesses defendidos por esse grupo não são transparentemente assumidos.

Como quem pode legislar sobre o assunto tem, provavelmente,… outros interesses…

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