12 maio 2016

Quem não tem mais que fazer


Dizem que deita a casa abaixo e torna a erguer, não sendo certamente o ideal do ponto de vista da utilização racional de recursos. Se as várias transições governativas tiveram sempre um pouco desse molho, mais ou menos disfarçado ou justificado, no governo atual isso apresenta-se como uma imagem de marca assumida: as reversões.

O anterior governo negociou um novo contrato de concessão do Metro do Porto, passando por cima da formalidade do concurso público, no que foi, justamente, muito criticado. O novo governo resolveu reverter a nova concessão, abortando a entrada em vigor do novo contrato. Quando se pensava que o Metro do Porto iria assumir diretamente a operação, vimos a reversão da reversão. O governo prolongou por dois anos o contrato de concessão em curso. No mínimo estranho.

O anterior governo subscreveu contratos de associação com colégios particulares para 3 anos. Este governo altera. Independentemente do fundo da questão, nenhum investimento sobrevive a horizontes de 6 meses. Montar e desmontar uma operação destas não é como ligar e desligar um interruptor.

O país está falido a vários níveis. Precisamos de investimento e especialmente de origem externa. Um critério básico e fundamental é a estabilidade. Ninguém arrisca num contexto onde as regras de jogo não são minimamente estáveis durante o horizonte temporal do projeto. Podemos deixar de brincar a meninos embirrentos e irresponsáveis (para não dizer interesseiros e facciosos)?

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