18 maio 2016

Para onde vamos?

Discordar de uma ideia, contestar um ponto de vista, criticar uma decisão tem/deve ter uma base racional, podendo originar uma discussão construtiva, por mais antagónicos que sejam os pontos de partida. Outra coisa será classificar os “outros” de corja, talibans e sei lá que outras formas mais de deseducação e de insulto.

As redes sociais e as caixas de comentários nas notícias on-line permitem inúmeros fóruns de grande alcance e com registos indeléveis, sendo importante ter sempre presente a diferença entre pronunciar um desabafo entre três amigos e registá-lo publicamente. Para evitar o pingue-pongue das agressões verbais e tristes desrespeitos, exige-se contenção e elevação (leia-se também educação), exigência tanto mais elevada, quanto maior a responsabilidade pública e política de cada individuo.

A infelicidade nos tempos que correm é que esse vírus, do gatilho ligeiro, contamina desde o simples cidadão até senhores deputados (e passo ao lado dos snipers “profissionais”, que parecem popular o meio), alastrando a uma velocidade surpreendente (viral?).

A frequência da utilização de expressões conclusivas do tipo “está tudo dito” é sintomática da recusa do diálogo e do contraditório. Dispara-se e espera-se que com eficácia suficiente para abater definitivamente o adversário. Se não for o caso e ele ainda estrebuchar, carrega-se nova bazuca! Eu sei que é impossível eliminar estas posturas, apenas peço aos senhores com responsabilidades acrescidas para tentarem dar o bom exemplo.

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