26 fevereiro 2016

Perímetro mágico (norte)


Grosso modo, saindo de Torre de Moncorvo até Freixo de Espada à Cinta, pelo largo, correndo a seguir o Douro internacional até Barca de Alva, avançando até Foz Coa, pelo largo, e regressando ao ponto de partida, fica definido um perímetro muito especial. É por lá que serpenteia o meu percurso das amendoeiras nesta altura do ano, mas também vale a pena na primavera, no verão, ou em qualquer altura. Como é habitual, quanto pior a estrada, mais interessante a paisagem.

Começando pelo lado norte do Douro, tanto estamos a beijar o rio junto ao cavalinho de Mazouco, como logo a seguir respiramos devagarinho no alto do assombroso Penedo Durão, guardado pelos seus grifos e demais passarada. É o limite leste dum acidente geológico que vai acabar a oeste na ribeira do Mosteiro. Se no penedo a coisa é simples, apenas uma parede vertical com cerca de 300 m de altura, na outra extremidade é mesmo um acidente. Precisava de lá ir com um geólogo para me traduzir o significado de tanta rocha subida, descida, curvada, aflorada, dificilmente entendida como resultado de um fenómeno natural. De um lado da ribeira corre uma estrada com uma vista única no país (que eu conheço). Não me lembro de ver em mais nenhum local uma garganta quadrada assim … do outro lado, a calçada de alpajares que, não sendo um fim do mundo, é do que mais parecido se pode encontrar.

Para acabar, sair de Barca de Alva na margem norte do rio, sim há lá uma estrada, subindo e respeitosamente abrindo a vista sobre o rio e as suas colinas a sul até terras de Castelo Rodrigo. A estrada e os viajantes podem perder-se pela serra de Moncorvo ou vir depois encostar ao rio e acompanhar carinhosamente a albufeira do pocinho até à barragem do mesmo nome.

Continua...


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