12 fevereiro 2016

Em defesa da Genomnose


Talvez não conheçam a genomnose. Trata-se de próxima causa fraturante. Considerando que a ida a este Parlamento progressista da eutanásia vai ser tiro e queda, não importando muito se fica bem redigido ou não, o importante é o título, precisaremos de nova causa fraturante para continuar a luta.

Causas comuns que provoquem alinhamento de esforços, desenvolvimento sustentado e harmonia social não interessam muito, não ajudam ao “processo”. A lenha arde melhor depois de rachada. A dicotomia é a mãe da revolução, entre nós os progressistas modernos (neossocialistas?) e os outros, reacionários, conservadores (neoliberais?).

Face à necessidade imperiosa de encontrar novas causas que dividam o nosso trigo do outro joio, lembrei-me de lançar a genomnose. A ser traduzida por extenso seria mistura completa dos géneros. Sabemos que entre homem e mulher não há nem deve haver diferença, desde que as cuecas sejam suficientemente opacas, condição fácil de cumprir, em geral… De recordar que o argumento de o ambiente das conversas com um pai ser diferente do das conversas com uma mãe é um mito reacionário (neoliberal?).

Assim, não há nenhuma razão para o Estado obrigar o cidadão a especificar o seu género no seu relacionamento com a administração. Deverá, portanto, ser suprimida a abusiva e redutora casinha M/F de todo os formulários e documentos em vigor.

Causas como a corrupção que gangrena a sociedade e os seus valores, o trabalho infantil no mundo e a condição feminina em tantas paragens, não digo que não, mas não são suficientemente fraturantes… É muito mais impactante atirar para a arena um tema polémico e ver o pessoal lá todo à pancada, sob um estrepitoso coro de insultos da assistência. E veremos quem é mais forte! O fato de não existir discussão fundamentada e refletida (e educada) até é positivo. Isso reduziria a fracturação…

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