Chamam-lhe também “A Romaria das Romarias”, mas eu não acho essa etiqueta, de cola rápida, muito feliz. Caeiro dizia que “o Tejo não é mais belo do que o rio que corre pela minha aldeia, porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia”. As festas, como os rios, não valem por comparação ou relação com os seus pares, mas pela forma como são sentidas e vividas pelos seus. A romaria da Srª da Agonia, de Viana do Castelo, é sentida de forma única, intensa e empenhada, por quem a vive e muito especialmente pelos seus. Também não é métrica revelante as toneladas de ouro que saem à rua no desfile da mordomia. Haverá quem tenha muito gosto em ourar abundantemente o peito, mas não é essa quantidade que torna a festa mais bela.
Na minha opinião, o que há de muito particular nesta festa, e conjuga-se certamente no feminino, é aquele pisar a rua com a cintura apertada entre as mãos, tronco bem direito e cabeça levantada, sorrindo. Gente que no resto do ano passa quase sem se ver, nestes dias transforma-se e afirma-se com a autoridade fatal do sorriso. As ruas são delas e nada a contestar, muito pelo contrário, tudo a agradecer.
Na minha opinião, o que há de muito particular nesta festa, e conjuga-se certamente no feminino, é aquele pisar a rua com a cintura apertada entre as mãos, tronco bem direito e cabeça levantada, sorrindo. Gente que no resto do ano passa quase sem se ver, nestes dias transforma-se e afirma-se com a autoridade fatal do sorriso. As ruas são delas e nada a contestar, muito pelo contrário, tudo a agradecer.
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