Se fosse realizada uma sondagem com a questão acima, qual a percentagem de respostas afirmativas? Enorme, seguramente. Pelo menos muita gente o afirma alto e bom som em cada canto e esquina. O primeiro-ministro ter dito uma oficialmente uma coisa no parlamento e ser apanhado informalmente numa escuta em contradição, é mau. É indubitavelmente mau, mas... de todos os excitados que vêem neste episódio mais uma ponta por onde pegar e esticam a corda, quantos atirariam a primeira pedra se soubessem que os registos do seu telemóvel poderiam cair na praça pública? (É apenas uma pergunta retórica minha...).
Um governo tentar condicionar a comunicação social é mau, inaceitável e condenável, mas também não terá sido a primeira vez nem será a última. Agora, toda esta agitação tem a ver com a importância dos princípios? Não, não tem. Há excitação a mais e falta de decoro para ser sério. A oposição pega entusiasticamente no assunto pelo cheiro a pólvora e pelas munições adicionais para o combate político/politiqueiro e não pelo fundo da questão em si. Os mesmos jornalistas que consideraram inaceitável a publicação do email de um seu colega no DN clamam agora pela “liberdade de expressão total”. Se um microfone escondido gravasse todos as suas falas, noite e dia, públicas e privadas, banais ou íntimas, imprimi-las num jornal entraria dentro do seu conceito de “liberdade de expressão”. Proibir essa divulgação seria censura?
Pelo seu estilo controverso, por ter tocado, mal ou bem, em vários interesses e corporações, José Sócrates tornou-se alvo de uma verdadeira carreira de tiro. O combate político resume a atingi-lo e apeá-lo. Se a liderança de José Sócrates do partido e do país perdeu credibilidade, ela vai cair por si. E isso os senhores da oposição ainda não entenderam. Não gastem as energias na delapidação, concentrem-se na construção de alternativas sérias e credíveis. Quem decide as eleições vota em líderes, não em coveiros. E, também me parece que um bom líder não é aquele que faz queixinhas para cima. Estou a falar naturalmente da intervenção de Paulo Rangel no Parlamento Europeu. Por tudo isto, José Sócrates pode dar-se ao luxo de continuar a gozar de algum grau de compreensão pragmática.
O índice “International living”, discutível como todos, de medida da qualidade de vida recentemente publicado, colocava Portugal no 21º lugar em 194 países. Pontuação máxima, 100%, para “liberdade” e “risco e segurança”; mínima 52% para “economia”. Não andaremos com as prioridades da discussão equivocadas?
Um governo tentar condicionar a comunicação social é mau, inaceitável e condenável, mas também não terá sido a primeira vez nem será a última. Agora, toda esta agitação tem a ver com a importância dos princípios? Não, não tem. Há excitação a mais e falta de decoro para ser sério. A oposição pega entusiasticamente no assunto pelo cheiro a pólvora e pelas munições adicionais para o combate político/politiqueiro e não pelo fundo da questão em si. Os mesmos jornalistas que consideraram inaceitável a publicação do email de um seu colega no DN clamam agora pela “liberdade de expressão total”. Se um microfone escondido gravasse todos as suas falas, noite e dia, públicas e privadas, banais ou íntimas, imprimi-las num jornal entraria dentro do seu conceito de “liberdade de expressão”. Proibir essa divulgação seria censura?
Pelo seu estilo controverso, por ter tocado, mal ou bem, em vários interesses e corporações, José Sócrates tornou-se alvo de uma verdadeira carreira de tiro. O combate político resume a atingi-lo e apeá-lo. Se a liderança de José Sócrates do partido e do país perdeu credibilidade, ela vai cair por si. E isso os senhores da oposição ainda não entenderam. Não gastem as energias na delapidação, concentrem-se na construção de alternativas sérias e credíveis. Quem decide as eleições vota em líderes, não em coveiros. E, também me parece que um bom líder não é aquele que faz queixinhas para cima. Estou a falar naturalmente da intervenção de Paulo Rangel no Parlamento Europeu. Por tudo isto, José Sócrates pode dar-se ao luxo de continuar a gozar de algum grau de compreensão pragmática.
O índice “International living”, discutível como todos, de medida da qualidade de vida recentemente publicado, colocava Portugal no 21º lugar em 194 países. Pontuação máxima, 100%, para “liberdade” e “risco e segurança”; mínima 52% para “economia”. Não andaremos com as prioridades da discussão equivocadas?
Texto revisto em 12.02.2010
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