19 julho 2009

Uma sagrada hipocrisia....!

A gente lê e quase nem acredita...
Excerto de uma notícia publicada recentemente no DN:

"Para poder receber o sacramento do matrimónio, no qual os católicos crêem que Deus valida de forma indissolúvel a união do casal, Rita teve de provar que o mesmo gesto que fizera sete anos antes não fora válido. Que o seu primeiro casamento realizado na Igreja, com Daniel, foi nulo, porque não assentou nos ideais base do matrimónio cristão: casar para toda a vida e constituir família. Através de um tribunal eclesiástico, que analisou o caso ao longo de vários meses, ficou demonstrado que o contrato estava, à partida, viciado. Apesar de na altura ter pronunciado as mesmas palavras de amor eterno, interiormente, Rita nunca quisera assumir uma relação para sempre. Nem tão pouco desejara ter filhos
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“Eu disse sempre que não queria ter filhos. Mas ele pensava que eu ia mudar de ideias", recorda Rita, advogada de 31 anos, recuando ao ano em que conheceu Daniel, o rapaz giro e bem-disposto com quem casaria após um ano de namoro. "Nem sei bem porquê. Talvez por ser nova e ter um feeling que aquilo não seria para sempre. E que, se tivesse filhos, se tornaria irreversível. O que me prendia para a vida, eu rejeitava", explica. Tinha 24 anos e uma educação religiosa, mas a vida espiritual ficara para trás, no colégio de freiras.
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Antes que o ex-marido fosse notificado pelo Tribunal de Viseu, onde acabou por vir a correr o caso, Rita contou-lhe a sua intenção. "Não gostou muito da ideia, mas colaborou. No depoimento disse que para ele o casamento era para sempre. E que eu é que não o tinha respeitado", afirma, reconhecendo que as suas palavras duras até lhe foram favoráveis, pois comprovaram que a união estava viciada. Além de Daniel e Rita, foram ouvidas testemunhas que confirmaram o estado de espírito na altura do casamento: a exclusão dos filhos por parte dela e a imaturidade. Outra pessoa testemunhou a mudança radical na forma de encarar o casamento e o desejo de constituir família.

Prova disso foi o nascimento da filha, ainda antes de sair a sentença. E a vida religiosa, praticada agora com devoção. Ansiosos pela confirmação da decisão, Rita e João não casaram a 28 de Dezembro, dia da Sagrada Família, como tanto desejavam. Fizeram-no dois meses e meio depois. Com a igreja cheia e três padres no altar."

Em resumo: a mesma instituição que quase excomunga e recusa a comunhão a divorciados banais, anulou o casamento da menina, a pedido da própria, porque na altura ela era imatura e não tinha pensado a fundo no assunto. E tanto mudou que a filha do segundo casamento até nasceu antes do primeiro ser anulado...!
Questão: O resultado seria idêntico com outros protagonistas: se ela não tivesse sido criada em colégio de freiras; se o segundo marido não fosse um “católico fervoroso” e se não fossem gente de colocar três padres no altar!? Cheira-me que não e, por isso, algo está podre no reino deste crucifixo...

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