21 julho 2009

A escrita não se dita

Não é de hoje nem de ontem. É de sempre, desde que o abecedário me chegou às mãos. Consigo ler o que está escrito sem problemas, consigo redigir o que penso com alguma facilidade, mas não consigo “ditar” em detalhe algo para outrem escrever. Nem sequer tendo eu a esferográfica ou o teclado. Sou incapaz de realizar uma redacção colectiva.
É dos momentos mais embaraçosos e deprimentes estar com uma ou várias pessoas face a uma folha de papel em branco e:
  • Então como é que se começa?
  • Humm... . como é!?!
  • Diz lá então...
E depois dos primeiros rabiscos:
  • Não, não está bem assim!
  • O que é que se acrescenta?
  • Assim?
  • É melhor ao contrário!
Um desespero!!
Mesmo pegando na folha de papel e nos comandos e pedindo silêncio, sou incapaz de escrever algo de raiz em colectivo. Se for uma pequeno ajuste ou correcção a texto existente, ainda vai; agora se for na base do rasgar a folha e começar de novo é absolutamente impossível.
A escrita ainda não escrita não se dita. É uma questão pessoal e solitária.

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