Por aqui os filmes são bastante baratos. Cerca de 2,5 Eur por DVD. Palpita-me que não pagarão direitos de autor mas não tenho (muitos) problemas de consciência porque alternativas legais, não há. Também, algumas vezes, não chegam ao fim e, a maior parte das vezes, as línguas e as legendas não correspondem ao anunciado. Como o repertório disponível não está muito alinhado com as minhas preferências, quando, ao cheirar um expositor, encontro algo que me parece mais ou menos aceitável, compro sem me preocupar demasiado com o investimento. Como resultado, vai crescendo na minha sala uma fila de caixas separadas entre os já vistos e os que estão por ver.
Este fim de semana (local) agarrei num que, à partida, pouco me dizia. Já me tinham falado dele mas não retivera o nome e não o associara: A Vida dos Outros. E uma coisa boa quando é surpresa ainda sabe melhor. Numa palavra: magnífico!
O percurso do agente da Stasi, de funcionário eficaz e implacável até ao emocionante sorriso final do momento da compra do livro a ele dedicado, é um processo admirável. Não há um clique de vilão reconvertido em herói, que uma bela manhã acorda arrependido e decide “passar a ser bom”. Omnipresente está a sua opção por fazer sempre o que lhe parece mais correcto, com uma evolução gradual e inexorável desse sentido do correcto, desde umas simples dúvidas e interrogações até encobrir descaradamente as actividades de quem vigia. Esse conflito é gerido com uma serenidade extraordinariamente digna e harmoniosa. Para lá do interessante pano de fundo histórico e social, é um belíssima história magistralmente contada.
Em tempos, a propósito da barbárie nazi, Hannah Arendt causou uma grande polémica ao relativizar e ao falar da “Banalidade do mal”. Este filme é uma homenagem à perenidade e à capacidade de sobrevivência do bem, onde menos se espera.
Vale a pena comprar, mesmo custando muito mais do que 2,5 Eur.
Este fim de semana (local) agarrei num que, à partida, pouco me dizia. Já me tinham falado dele mas não retivera o nome e não o associara: A Vida dos Outros. E uma coisa boa quando é surpresa ainda sabe melhor. Numa palavra: magnífico!
O percurso do agente da Stasi, de funcionário eficaz e implacável até ao emocionante sorriso final do momento da compra do livro a ele dedicado, é um processo admirável. Não há um clique de vilão reconvertido em herói, que uma bela manhã acorda arrependido e decide “passar a ser bom”. Omnipresente está a sua opção por fazer sempre o que lhe parece mais correcto, com uma evolução gradual e inexorável desse sentido do correcto, desde umas simples dúvidas e interrogações até encobrir descaradamente as actividades de quem vigia. Esse conflito é gerido com uma serenidade extraordinariamente digna e harmoniosa. Para lá do interessante pano de fundo histórico e social, é um belíssima história magistralmente contada.
Em tempos, a propósito da barbárie nazi, Hannah Arendt causou uma grande polémica ao relativizar e ao falar da “Banalidade do mal”. Este filme é uma homenagem à perenidade e à capacidade de sobrevivência do bem, onde menos se espera.
Vale a pena comprar, mesmo custando muito mais do que 2,5 Eur.
1 comentário:
Paguei o dobro disso para o ver uma só vez no cinema, mas a emoção que senti, e que traduzi assim , foi semelhante à tua. É um filme que vale bem todos esses elogios!
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