Israel achou que a Síria estava a avançar para onde não devia em termos de desenvolvimento nuclear e não teve contemplações. Sem ONU e sem discussões, no passado dia 6 de Setembro, realizou um raid que arrasou o local. Da mesma forma como, em 1981, também destruiu o reactor Tammuz que a França tinha vendido ao Iraque. Este episódio só vem comprovar, como se ainda fosse necessário, que o móbil da invasão do Iraque, as famosas armas de destruição maciça, não estavam lá e que isso era conhecido. Se lá existissem, seguramente se teriam encontrado forma de as neutralizar sem destruir o regime.
Para lá do atoleiro em que se tornou o Iraque, contrariando a visão dos estrategos da Casa Branca que achavam possível enxertar lá, de um dia para o outro, uma verdadeira democracia (?!) ou, talvez, instaurar uma república de bananas ao estilo latino americano, esta aventura tem um efeito negativo colateral terrível. Deu uma bandeira e uma causa “nobre” ao movimento islamita radical agressivo. É o combustível que alimenta o recrutamento dos dispostos a tudo pela sua fé atacada, na Europa, no Magreb e por aí fora.
É fácil, e relativamente inconsequente, especular sobre o que seria isto se não tivesse acontecido aquilo. Mas vale a pena colocar a questão. A causa tradicional do islamismo revolucionário, a Palestina, entrou num processo autofágico descredibilizador. Se não houvesse “Iraque”, que bandeira teriam hoje? A que quer que escolhessem, seria relativamente fraca.
O caso particular da Argélia é emblemático. Depois de uma década negra de terrorismo nos anos 90, as causas internas esmorecem e, quando se julgava que se estava a caminho de acabar com o problema, os resquícios dos movimentos terroristas, afiliam-se à Al Qaeda, entretanto tornada figura pública de primeira linha, recebendo uma lufada de ar fresco a vários níveis.
Obviamente que haveria terrorismo islâmico mesmo sem “Iraque”, como o 11 de Setembro de 2001 demonstra. No entanto, a dimensão seria muito diferente. O fervor religioso dos jovens é facilmente galvanizado e mobilizado para lutar nessa guerra. Um recente atentado suicida aqui, que causou 30 mortos, foi cometido por um jovem de 15 anos, na foto, com bom aspecto, bom comportamento e... bastante religioso. Um puto sorridente.
Para lá do atoleiro em que se tornou o Iraque, contrariando a visão dos estrategos da Casa Branca que achavam possível enxertar lá, de um dia para o outro, uma verdadeira democracia (?!) ou, talvez, instaurar uma república de bananas ao estilo latino americano, esta aventura tem um efeito negativo colateral terrível. Deu uma bandeira e uma causa “nobre” ao movimento islamita radical agressivo. É o combustível que alimenta o recrutamento dos dispostos a tudo pela sua fé atacada, na Europa, no Magreb e por aí fora.
É fácil, e relativamente inconsequente, especular sobre o que seria isto se não tivesse acontecido aquilo. Mas vale a pena colocar a questão. A causa tradicional do islamismo revolucionário, a Palestina, entrou num processo autofágico descredibilizador. Se não houvesse “Iraque”, que bandeira teriam hoje? A que quer que escolhessem, seria relativamente fraca.
O caso particular da Argélia é emblemático. Depois de uma década negra de terrorismo nos anos 90, as causas internas esmorecem e, quando se julgava que se estava a caminho de acabar com o problema, os resquícios dos movimentos terroristas, afiliam-se à Al Qaeda, entretanto tornada figura pública de primeira linha, recebendo uma lufada de ar fresco a vários níveis.
Obviamente que haveria terrorismo islâmico mesmo sem “Iraque”, como o 11 de Setembro de 2001 demonstra. No entanto, a dimensão seria muito diferente. O fervor religioso dos jovens é facilmente galvanizado e mobilizado para lutar nessa guerra. Um recente atentado suicida aqui, que causou 30 mortos, foi cometido por um jovem de 15 anos, na foto, com bom aspecto, bom comportamento e... bastante religioso. Um puto sorridente.
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