Houve tempos em que ter um “canudo”, era suficiente para, como dizem os franceses, apanhar o “elevador social”. A exibição de um diploma no CV, importando pouco de quê ou donde, era suficiente para garantir o acesso a um nível profissional e social elevado.
Depois, com a destruição dos cursos médios e o salutar aumento da procura das licenciaturas, a coisa complicou-se e a universidade pública não conseguiu dar resposta. Em parte inevitavelmente, mas não só. Alguém entende porque demorou tanto tempo a abrir uma faculdade de direito pública no Porto ou porque não há mais vagas em medicina? Surgiram então as oportunidades de negócios. Primeiro nos colégios de “alto rendimento” em que alunos médios e sofríveis nas escolas públicas conseguiam belos resultados, que muito ajudavam a compor a média para saltar as fasquias dos numerus clausulus. Imoral!
Em seguida apareceu o grande negócio das universidades privadas. Os candidatos na busca de “um canudo” aceitavam um título qualquer. Já alguém estudou quantas “engenharias” nasceram nesse período? Um verdadeiro fenómeno a nível de capacidade de inovação! Fazer negócio pouco escrupuloso com as expectativas em geral e com as dos jovens em particular é um crime tremendo.
Os casos da Moderna e da Independente são a parte visível de um problema muito mais extenso. Para lá da facilidade e da ligeireza com que se faz e desfaz, se ganha e se esbanja, estão milhares de jovens com “canudos” que para pouco servem. Pode-se tirar mais do que um curso superior na vida, é certo, mas não é fácil. Uma licenciatura é um enorme investimento de tempo, financeiro, principalmente nas privadas, e é acreditar. Os jovens “enganados” com cursos de títulos fantasiosos e de consistência duvidosa terão perdido uma parte da sua capacidade de acreditar, o que é um dos maiores capitais incorpóreos de um país.
Depois, com a destruição dos cursos médios e o salutar aumento da procura das licenciaturas, a coisa complicou-se e a universidade pública não conseguiu dar resposta. Em parte inevitavelmente, mas não só. Alguém entende porque demorou tanto tempo a abrir uma faculdade de direito pública no Porto ou porque não há mais vagas em medicina? Surgiram então as oportunidades de negócios. Primeiro nos colégios de “alto rendimento” em que alunos médios e sofríveis nas escolas públicas conseguiam belos resultados, que muito ajudavam a compor a média para saltar as fasquias dos numerus clausulus. Imoral!
Em seguida apareceu o grande negócio das universidades privadas. Os candidatos na busca de “um canudo” aceitavam um título qualquer. Já alguém estudou quantas “engenharias” nasceram nesse período? Um verdadeiro fenómeno a nível de capacidade de inovação! Fazer negócio pouco escrupuloso com as expectativas em geral e com as dos jovens em particular é um crime tremendo.
Os casos da Moderna e da Independente são a parte visível de um problema muito mais extenso. Para lá da facilidade e da ligeireza com que se faz e desfaz, se ganha e se esbanja, estão milhares de jovens com “canudos” que para pouco servem. Pode-se tirar mais do que um curso superior na vida, é certo, mas não é fácil. Uma licenciatura é um enorme investimento de tempo, financeiro, principalmente nas privadas, e é acreditar. Os jovens “enganados” com cursos de títulos fantasiosos e de consistência duvidosa terão perdido uma parte da sua capacidade de acreditar, o que é um dos maiores capitais incorpóreos de um país.
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