23 abril 2007

Baelo Claudia




E ainda os Romanos...
Depois do registo anterior sobre o legado romano, era quase inevitável para mim esta referência a Baelo Claudia.

A chamada “Costa da Luz” entre Cadiz e Tarifa é um das poucas zonas de Espanha em que o mar ainda toca a terra sem encontrar grande fulgor urbanístico. O vento forte e a existência de largas zonas militares ajudam a explicar o fenómeno. Tão tranquilo que chegou mesmo a servir de refúgio para alguns alemães no pós 1945.

Zona de caça ao atum, dos descendentes dos náufragos da batalha do cabo Trafalgar e de povoações deslumbrantes como Vejer de la Frontera, mas já chega de divulgação turística.

Lá para baixo, próximo de Tarifa, quase no extremo sul da Península, está um dos sítios mais bonitos que jamais visitei. A praia de Bolónia com a língua da sua enorme duna, bem identificável mesmo de um avião em altitude de cruzeiro, e as ruínas de Baelo Claudia. Tudo isto num quadro de, chamemo-lhe, paisagem protegida. Tudo isto com tanta luz, ou não fosse esse o nome da costa, que não consegui apanhar a duna brilhante sem queimar a imagem.

O meu amigo PC, natural de Tarifa, contava que tinha herdado uns terrenos ali mas que era proibido construir o que quer que seja. Animava-o dizendo que sentar-se lá numa cadeirinha a ver as ruínas, as praias e, com bom tempo, Tanger do outro lado valia muito, muito dinheiro.

Líndissimo e ponto final! (e esta do ponto de exclamação a seguir ao “ponto final” é uma figura de estilo...)


3 comentários:

APC disse...

Só estando lá, né? Embora a tua descrição tenha sido tão rica, que me encheu de uma liberdade luminosa feita dessa luz liberta, que nem a câmera apanha, apenas o olhar.

Anónimo disse...

Imaginado que sei quem é o seu amigo PC natural de Tarifa vou-lhe mostrar este seu texto. Certamente irá gostar. HP

Carlos Sampaio disse...

HP
Acertou quanto ao PC. Acrescente-lhe um abraço meu.