Sabe-se bem que o principal combustível do motor dos movimentos independentistas das décadas de 50 e 60 não foi o apoio à nobre causa da autodeterminação dos povos, mas sim uma tentativa de redesenhar as esferas de influência mundiais das duas novas grandes potências, vencedoras da segunda guerra mundial. A Europa lá foi saindo como pôde, uns com alguma inteligência como a França na África Ocidental a quem deu a independência e, já agora, também uma moeda e outros bastante mal como a mesma França na Argélia e, está bom de ver, Portugal.
Durante as décadas seguintes a esmagadora maioria desses novos países mantiveram-se em condições miseráveis, mesmo aqueles em que a riqueza de recursos permitiria prever uma situação diferente. Entre outras coisas, os antigos colonizadores continuavam a ser os grandes clientes que controlavam mais ou menos bem esses mercados.
Mas, recentemente, temos novidades. A China, que começou por ser somente uma base de mão-de-obra barata, foi paulatinamente aprendendo e subindo na cadeia de valor até começar a dispensar a tecnologia e o conhecimento ocidental para muita coisa. Tornou-se rica e gulosa de recursos naturais/energéticos, desequilibrando o mercado de matérias primas. A tomada de posição da China em África em geral, e em particular em Angola, é irreversível e completamente imune a influência do “Ocidente”.
Por outro lado a Europa descobre o gás natural como uma bela alternativa ao petróleo. Tem algumas particularidades. Uma delas é que não se acumula facilmente. Quando a Rússia se zanga com um vizinho e aperta a torneira, em poucas horas a Europa ressente-se. O outro importante fornecedor da Europa, é a Argélia e os dois têm conversado bastante ultimamente, falando-se já abertamente de uma “Opep do Gás”. Zangada com o apoio de Espanha a Marrocos no diferendo sobre o Sahra Ocidental, a Argélia castiga-a procurando subir o preço do gás. Um jornal argelino de 13/3/2007 diz entusiasmado:
[...] a Argélia dispõe de um instrumento tão poderoso como o petróleo para “punir” economicamente aqueles que a contrariem diplomaticamente. É que os nossos gazoductos não transportam somente gás para agradar aos nossos clientes mas também, e sobretudo, ideias. [..] através da sua riqueza em gás, a Argélia dispõe de uma verdadeira arma energética de dissuasão.
Com os Chineses e os Indianos cada vez mais ricos e a produzirem cada vez mais coisas sem pedirem licença para tal e com o seu aprovisionamento energético tão débil, receio bem que, para a Europa, agora sim, seja o fim das colónias. Se o mundo ficará melhor ou pior, é outra questão.
Durante as décadas seguintes a esmagadora maioria desses novos países mantiveram-se em condições miseráveis, mesmo aqueles em que a riqueza de recursos permitiria prever uma situação diferente. Entre outras coisas, os antigos colonizadores continuavam a ser os grandes clientes que controlavam mais ou menos bem esses mercados.
Mas, recentemente, temos novidades. A China, que começou por ser somente uma base de mão-de-obra barata, foi paulatinamente aprendendo e subindo na cadeia de valor até começar a dispensar a tecnologia e o conhecimento ocidental para muita coisa. Tornou-se rica e gulosa de recursos naturais/energéticos, desequilibrando o mercado de matérias primas. A tomada de posição da China em África em geral, e em particular em Angola, é irreversível e completamente imune a influência do “Ocidente”.
Por outro lado a Europa descobre o gás natural como uma bela alternativa ao petróleo. Tem algumas particularidades. Uma delas é que não se acumula facilmente. Quando a Rússia se zanga com um vizinho e aperta a torneira, em poucas horas a Europa ressente-se. O outro importante fornecedor da Europa, é a Argélia e os dois têm conversado bastante ultimamente, falando-se já abertamente de uma “Opep do Gás”. Zangada com o apoio de Espanha a Marrocos no diferendo sobre o Sahra Ocidental, a Argélia castiga-a procurando subir o preço do gás. Um jornal argelino de 13/3/2007 diz entusiasmado:
[...] a Argélia dispõe de um instrumento tão poderoso como o petróleo para “punir” economicamente aqueles que a contrariem diplomaticamente. É que os nossos gazoductos não transportam somente gás para agradar aos nossos clientes mas também, e sobretudo, ideias. [..] através da sua riqueza em gás, a Argélia dispõe de uma verdadeira arma energética de dissuasão.
Com os Chineses e os Indianos cada vez mais ricos e a produzirem cada vez mais coisas sem pedirem licença para tal e com o seu aprovisionamento energético tão débil, receio bem que, para a Europa, agora sim, seja o fim das colónias. Se o mundo ficará melhor ou pior, é outra questão.
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