02 março 2007

Ainda as velhas rimas em “ar”

Os cometas, resplandecentes, brilham porque singram. Se parassem apagavam, não se podem agarrar.

Os cometas, estonteantes, são belos à distância. Mas a trajectória é fulgurante, impossível de acompanhar.

Os cometas, ardentes, queimam aqueles que demasiado perto chegam. Há brilhos de cegar.

Os cometas, errantes, afastam-se inapeláveis. Não parece aceitável chorar ou vê-los chorar.

Os cometas, ausentes, não se sabe se regressam. Mas é sempre demasiado o tempo a esperar

Pudesse eu ser um cometa, pudesses tu comigo singrar e infinitamente no espaço-tempo as nossas duas caudas entrelaçar.

Sem comentários: