11 março 2007

Pensando (II)

Pensei nas pessoas com quem me cruzei. Escalpelizando as memórias dos episódios formidáveis. Mas não ... mesmo disfarçando e trocando nomes e cenários estaria a contar o que não me autorizaram.

Pensei ter que optar. Entre um guião difuso de direcção sinuosa e improvisada e uma estrutura rigorosamente projectada onde só faltaria preencher os espaços. E não soube que alternativa tomar.

Pensei ainda que fazer preâmbulos e interpelar (im)prováveis leitores é uma forma de contornar o âmago e de fugir ao motivo.

Por tudo isto não encontraria nenhuma sustentação ou argumento para continuar. Lembrei-me então que sou teimoso. E sob o risco de parecer incoerente decidi avançar. Ao menos ninguém saberá ao certo no que eu pensava ao começar.

2 comentários:

Maria Manuel disse...

No limiar da escrita, o nada e o muito para dizer podem ser sintomas do medo de assumir e expor(-nos)… Mas se o apelo for forte, o avanço é questão de tempo…

APC disse...

Há a vontade. E a necessidade, que a antecede, sucede ou apenas se mistura e se confunde.
E assim acontece.
O resto é só o resto.