" ... do espírito guerreiro da nação conquistadora herdámos um invencível horror ao trabalho e um íntimo desprezo pela indústria. Os netos dos conquistadores de dois mundos podem, sem desonra, consumir no ócio o tempo e a fortuna, ou mendigar pelas secretárias um emprego: o que não podem, sem indignidade, é trabalhar!
Uma fábrica, uma oficina, uma exploração agrícola ou mineira, são coisas impróprias da nossa fidalguia. Por isso, as melhores indústrias nacionais estão na mão de estrangeiros, que com elas se enriquecem, e se riem das nossas pretensões. Contra o trabalho manual, sobretudo, é que é universal o preconceito: parece-nos um símbolo servil! Por ele sobem as classes democráticas em todo o mundo, e se engrandecem as nações; nós preferimos ser uma aristocracia de pobres ociosos, a ser uma democracia próspera de trabalhadores.
É o fruto que colhemos duma educação secular de tradições guerreiras e enfáticas!"
Antero de Quental,
1871
Em 1871, Antero analisava as possíveis causas para a decadência de Portugal e de Espanha nos “últimos” 300 anos. Somando os 134 posteriores, vamos já para meio século. (Correcção: enganei-me, não é meio século mas são sim 5-cinco séculos!!) Irra!!!
Para terminar, que tal visitar a letra do nosso hino e cruzá-la com o texto de Antero?
Heróis do mar, nobre Povo,
Nação valente, imortal,
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memória,
Ó Pátria, sente-se a voz
Dos teus egrégios avós,
Que há-de guiar-te à vitória!
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar
Está bonito (?), sim senhor!!!
Irra!!!
Antero de Quental,
1871
Em 1871, Antero analisava as possíveis causas para a decadência de Portugal e de Espanha nos “últimos” 300 anos. Somando os 134 posteriores, vamos já para meio século. (Correcção: enganei-me, não é meio século mas são sim 5-cinco séculos!!) Irra!!!
Para terminar, que tal visitar a letra do nosso hino e cruzá-la com o texto de Antero?
Heróis do mar, nobre Povo,
Nação valente, imortal,
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memória,
Ó Pátria, sente-se a voz
Dos teus egrégios avós,
Que há-de guiar-te à vitória!
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar
Está bonito (?), sim senhor!!!
Irra!!!
2 comentários:
Subscrevo o Irra :) Incrivel como há tantos anos atrás já se defenia tão bem este povo valente...
Eu achava que este medo de sermos alguém, de sermos Nós mesmos, era uma herança de um traumatico viver em 50 anos de ditadura....afinal já nos está nos genes....
Isto não correu como previsto!
Estava à espera que o meu amigo AMP desse uma bicada aqui para lhe responder. Como não se manifesta, disparo na mesma.
Esta atitude do “Já fomos grandes” “Havemos, um dia, de recuperar as glórias passadas!!”, sem grande preocupação com o trabalhinho que se tem que fazer para lá chegar.... tem uma tradução em “futebolês” que é: ...Benfica!
Agora fica mais difícil, não é ó AMP?
Enviar um comentário