A greve, no seu conceito geral, é feita por trabalhadores contra o seu empregador, provocando-lhe quebra de rendimentos. As fábricas e as atividades económicas param. Tem lógica esta causa-efeito quando o prejuízo fica em quem tem o poder de atender às revindicações.
Depois, há as greves dos serviços públicos, onde os
principais prejudicados não são as entidades patronais, mas sim inocentes
cidadãos, tomados como reféns numa disputa que não lhes diz respeito. Podem ter
grande impacto mediático, pela desordem causada, mas há aqui alguma
perversidade e o bom-senso devia limitar a sua frequência e duração.
Por estes dias assistimos a prolongadas greves no setor do
ensino, em que os reféns não são cidadãos que podem perder um dia de trabalho
por falta de transporte. São estudantes, com um currículo já fragilizado pelos
efeitos da pandemia, e que podem perder algo dificilmente recuperável.
Não me cabe aqui desenvolver considerações sobre justezas e
injustiças. Apenas referir que este extremar de posições e a falta de
vontade/capacidade de encontrar uma solução razoável ou, pelo menos, decretar
tréguas de negociação é uma pesada irresponsabilidade.
A migração, apenas de quem pode, para o sector privado, a
fim de garantir formação de qualidade aos seus filhos, é uma consequência
natural e uma brutal injustiça. Põe em causa o princípio da igualdade de
oportunidades, algo que deveria ser garantido na teoria e na prática.
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