06 fevereiro 2023

Pode a TAP ser uma empresa normal?


Já tínhamos a polémica, muito merecida, quanto à razoabilidade da brutal injeção de dinheiros públicos na TAP. Depois, tivemos a polémica com a indeminização pelo afastamento de uma administradora, mais grave até pelas etapas seguintes.

Tivemos a polémica dos BMW, talvez mais simbólica do que efetiva. Num contrato de leasing, o valor residual da viatura conta e, contas feitas, pode um BMW ter um custo de renda mensal idêntico ao de um Peugeot.

Agora temos a polémica com o bónus, palavra maldita, da CEO, quando não é o conceito em si que pode constituir um problema. Neste nível de funções é habitual haver uma componente variável, dependente do cumprimento de objetivos, e o importante é o seguinte. A remuneração total está ou não ajustada ao mercado? As condições associadas ao bónus são efetivamente relevantes e desafiantes ou facilmente alcançáveis?

Já que a TAP, infelizmente, também me diz respeito, por princípio, prefiro que a equipa de gestão tenha uma parte da remuneração em bónus associado à criação de valor, do que tudo em valor fixo e garantido.

Com ignorância e/ou má-fé, a forma como este tema está a ser discutido é apenas prova adicional que a TAP, para funcionar, não pode ser estatal. E que o Estado, como gestor de empresas, tem sérias limitações e deficiências.

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