Já tínhamos a polémica, muito merecida, quanto à razoabilidade da brutal injeção de dinheiros públicos na TAP. Depois, tivemos a polémica com a indeminização pelo afastamento de uma administradora, mais grave até pelas etapas seguintes.
Tivemos a polémica dos BMW, talvez mais simbólica do que
efetiva. Num contrato de leasing, o valor residual da viatura conta e, contas
feitas, pode um BMW ter um custo de renda mensal idêntico ao de um Peugeot.
Agora temos a polémica com o bónus, palavra maldita, da CEO,
quando não é o conceito em si que pode constituir um problema. Neste nível de
funções é habitual haver uma componente variável, dependente do cumprimento de
objetivos, e o importante é o seguinte. A remuneração total está ou não
ajustada ao mercado? As condições associadas ao bónus são efetivamente
relevantes e desafiantes ou facilmente alcançáveis?
Já que a TAP, infelizmente, também me diz respeito, por
princípio, prefiro que a equipa de gestão tenha uma parte da remuneração em
bónus associado à criação de valor, do que tudo em valor fixo e garantido.
Com ignorância e/ou má-fé, a forma como este tema está a ser
discutido é apenas prova adicional que a TAP, para funcionar, não pode ser
estatal. E que o Estado, como gestor de empresas, tem sérias limitações e
deficiências.
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