O programa “Mais habitação” recentemente apresentado é vasto, mas há um ponto que julgo importante relevar pelo que tem de significativo quanto à forma equivocada como este Governo imagina soluções. Trata-se da recuperação dos imóveis devolutos assumida pelo Estado. Antes de mais, seria um bom sinal este dar o exemplo e recuperar os seus, antes de meter a foice em seara alheia.
Quem já precisou de recuperar ou modernizar o seu próprio
imóvel, sabe como o processo pode ser longo, imprevisível e variável em tempo e
custos. As opções possíveis para os materiais e equipamentos, a coordenação dos
diversos trabalhos e a (falta de) fiabilidade de muitos empreiteiros e instaladores
pode tornar o processo num pesadelo difícil de controlar.
Imaginar que o Estado, que neste momento nem consegue
completar um cabaz alimentar para distribuir a quem necessita, possa levar a
cabo com um mínimo de eficácia e dimensão estas intervenções em casa alheia, é
de um irrealismo atroz.
Este tique de o Estado se substituir aos intervenientes
adequados e voluntariosamente assumir tudo e mais alguma coisa é uma atitude
que não resolve nada a prazo e, pelo contrário, não dá confiança a quem dela precisa.
Quem realmente sabe e pode investir.
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