03 janeiro 2018

Prometo tentar


Um destes dias, duas pessoas que muito prezo, faziam-me uma observação de que os meus textos eram demasiado sérios e muito sistematicamente críticos. Eventualmente, até concordariam na generalidade com o conteúdo, mas a coisa resultava pesada.

Lá tive que pensar. Pronto, é uma mania. Será que tendo a ser predominantemente negativo, sempre e só a criticar e a ver e o que está mal, incapaz de reconhecer o que está bem? Bom… acho que tenho alguma facilidade em falar positivamente sobre artistas e criadores em geral. Assim, “tipo” Albert Camus, Jacques Brel e aproximados…

O problema… o problema é que a nossa vida, o nosso futuro e o dos nossos depende de outra natureza de personagens. Aqueles que nos veem buscar dinheiro ao bolso e que decidem sobre uma série de coisas que muito contribui para a felicidade e infelicidade do mundo. Eu nem sou muito exigente com esses. Apenas peço que sejam sérios. Sérios materialmente, no sentido de não se apropriarem daquilo a que não têm direito, e sérios intelectualmente, de não prometerem a Lua para amanhã e a Via Láctea para a semana.

Fazer de conta que não é importante, ignorar, deixar andar, não … não é sério. Estão demasiadas coisas em jogo. Pegar-lhe pela ironia, pelo sarcasmo, para a coisa ficar mais leve, é perigoso. Perigoso, porque pode resvalar para um registo insolente que fira, não os diretamente visados, mas pessoas amigas que neles acreditam e que me merecem respeito. Daí procurar manter objetividade e tentar não fugir muito do cada coisa é o que é, cada palavra no seu sítio, sem floreados nem muitas graçolas.

Pronto… de qualquer forma prometo tentar ver mais positivo e o meu visitante habitual, de pelo preto (ainda se pode usar este adjetivo?), é testemunha!

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