16 outubro 2017

Continua a falhar


Há exatamente uma semana, eu questionava aqui o que é que falhou nesta época de incêndios de 2017, que “ficará para a história como um ano de recordes e já só pedimos que demore muito tempo até serem batidos”.

Infelizmente o recorde não estava fechado, nem em área ardida, nem em prejuízos materiais, nem em número de vítimas mortais. Sim, uma boa parte dos incêndios terá origem criminosa (como sempre tiveram), sim, o domingo foi um dia meteorologicamente excecional… sim, mas, entretanto, também ficamos a conhecer o relatório independente sobre a tragédia de Pedrogão.

É claro que não foi feito “todo o possível”. É impressionante como funcionou quase tudo mal. Até mesmo os políticos não entenderam que não atrapalhar, já pode ser uma ajuda. Não estamos à espera de soluções milagrosas, que o PM recorda serem impossíveis; não aceitamos que coisas desta natureza fiquem à mercê das populações isoladas, como sugeriu o secretário de Estado e quanto às férias que a ministra não teve, talvez a diferença não seja grande.

Organização, seriedade e competência, pode-se pedir? Ou isso releva já do domínio do milagroso, nos tempos que correm? E fico por aqui, dado que a seguir só conseguiria acrescentar palavrões feios.

PS1: Desde Pedrogão até hoje, alguém viu uma campanha de informação estruturada sobre o que fazer e o que não fazer em casa, no carro ou na praia quando houver um incêndio por perto? Eu não vi, mas posso ser eu que ando distraído.

PS2: Se ainda não choveu e as temperaturas continuam elevadas, à medida que o tempo passa a vegetação estará mais seca e o risco de incêndio será maior, certo? Então porque se reduzem os meios disponíveis? Somente porque mudou o nome do mês no calendário?

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