07 outubro 2017

Independência para…?


Sim, o referendo não foi constitucional; sim, não era necessária tanta violência para o impedir, esta até ajudou a causa separatista; sim, assumir como válido o resultado de tal palhaçada, onde cada qual votava onde lhe apetecesse e quantas vezes quisesse, é digno de uma república das bananas… Sim, mas passando ao lado destes aspetos relevantes e indo ao fundo da questão.

O que é que a Catalunha ganha objetivamente, talvez, com a independência …? Considerando que não reduz a criação de riqueza local, deixará de a repartir com as regiões mais desfavorecidas de Espanha. Parece-me uma causa digna dos defensores de uma supremacia racial, um egoísmo a roçar a xenofobia, donde que não entendo como a extrema-esquerda apoia isto quando, em princípio, eles terão a solidariedade no seu ADN. Ganhará a pureza de fugir à corrupção que grassa em Madrid? Deixa-me rir…!

O que é a Catalunha perde com a independência? Muitíssimo. A integração em Espanha e na Europa, e, sobretudo, a confiança para o investimento numa região conduzida pelo “povo na rua”, secundarizando as normas escritas. Ou acharão eles que a suposta supremacia laboral, moral, etc e tal da nação catalã é tanta que a visão exterior não sairá afetada por estas trapalhadas? Uma pequena curiosidade, apenas ilustrativa: o excitado FC Barcelona que campeonato e troféus iria disputar? Um pequeno detalhe, enorme: o que custará a uma Catalunha isolada construir acordos comerciais com o resto do mundo, presumindo que não pretenderão viver “orgulhosamente sós”?

Pedir/exigir independência unilateralmente, porque queremos e logo se verá, sem uma avaliação e um enquadramento mínimo para a fase transitória e a seguinte, é digno de anarquistas. Alguns acham giro e excitante isto do anarquismo, mas não dá de comer a ninguém, pelo contrário, costuma trazer fome. Então, uma das regiões mais ricas de Espanha e da Europa, está a ser pilotada por anarquistas? Assim parece.

Sem comentários: