03 outubro 2017

Ufa, acabou? Não, começou!


Ufa, acabou! Acabaram os contactos “atentos” com a população, a escuta das forças vivas e dos seus anseios, as inaugurações em maratona, as jantaradas de apoio e de homenagem, o campeonato dos afetos e tudo o mais. Acabou também o desinfetar diário das bochechas de tanta beijoca lambuzada, as ameaças de tendinite da entrega das esferográficas e o aumento alucinante das contas da lavandaria, de tanta nódoa carimbada por abraços efusivos. Acabou, mas principalmente começou, porque agora: “O Prasidente, sou eu!“.

Isto passa-se numa vila ou numa cidade, no interior ou no litoral, à esquerda ou à direita. Durante os próximos 3 anos e 9 meses, o “Prasidente” vai mandar. Podem chiar, podem rosnar e barafustar tudo o que quiserem. A partir de agora, não há despesinha da autarquia sem a bênção do “Prasidente”. Isto tem que ter regras e, está claro, muito respeito. Livrem-se de faltar ao respeito a um eleito, democraticamente eleito, pelo povo.

Podem chiar, podem rosnar e barafustar tudo o que quiserem. Durante três anos e nove meses o “Prasidente” vai mandar e quem não gostar, paciência. Convém não criticar, sobretudo se tiverem umas contazitas a receber da autarquia. As esferográficas, tão abundantes na campanha, podem tornar-se raras e complicar-se a assinatura do chequezito.

Os experientes no assunto sabem bem como isto funciona. Os ressentimentos limpam-se e tudo se recupera, tudo se resolve na devida altura com umas festas, inaugurações, jantaradas, porcos no espeto, camisolas e esferográficas. Basta três meses antes das próximas eleições, não é preciso mais. Até lá, as forças vivas que sobrevivam, cada qual que faça pela sua vida. Isto passa-se numa vila ou numa cidade, no interior ou no litoral, à esquerda ou à direita.

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