13 dezembro 2014

Se forem insultados, não estranhem

Os funcionários da TAP estão a planear uma greve para a época Natalícia, com o objectivo de “sensibilizar o governo” para não avançar com a privatização. Provavelmente nunca trabalharam fora de Portuga e possivelmente nem sequer passaram por outra empresa que não esta e pública. O efeito da sua acção de sensibilização não afecta apenas os portugueses que estão lá fora, mas para esses, é muito triste.

Não neste momento, mas já vivi fora de Portugal por duas temporadas e sei e entendo o que é vir passar o Natal à terra. É organizado com muita antecedência. Não é fácil depois arranjar bilhetes e muito menos com preço em conta. O tempo planeado em Portugal, para estar com a família, reencontrar amigos, rever o sol e o mar, a comida cá feita e colocar a respirar uma casa hibernada é precioso. Qualquer percalço que ponha em risco ou afecte esse tempo é dramático. Todos os potencialmente afectados com esta acção de sensibilização estarão a dirigir palavrões a esses funcionários e com razão.

Mesmo que acabe por ser apenas pólvora seca e a greve não se concretize, o pessoal que se lembrar disto vai para o ano evitar escolher a TAP. Com a vinda à terra no Natal não se brinca, mesmo até preferindo à partida usar um avião em que já “cheira” um pouco a casa.

O resultado desta “sensibilização” é que o governo deve mesmo vender a TAP e rapidamente. A continuarmos assim ainda vai acabar por ter que pagar para alguém ficar com os destroços duma empresa que os seus funcionários, não exclusiva mas determinantemente, estão a destruir.

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