Quem tem grandes responsabilidades neste mundo devia saber, ou pelo menos aprender, que o mundo não é bipartido e o inimigo do inimigo não é automaticamente um amigo em quem confiar. É famosa a ajuda que os americanos deram aos combatentes islâmicos no Afeganistão, para estes lutarem contra os soviéticos nos anos 80, criando um problema que 30 anos depois ainda não está resolvido nem se vê como acabará.
Agora foi na Síria. Quem está atento sabe que o movimento interno de contestação foi rapidamente confiscado por fundamentalistas sunitas. No entanto, para o ocidente, El Assad continuava a ser o bandido hostil, que era necessário fazer cair a todo o custo e ajudando sem restrições quem estava disposto a combatê-lo. El Assad resistiu e essa boa gente, fortemente armada pelos inimigos do inimigo foi atrás, ganhar lanço, conquistando metade do Iraque.
É inacreditável como sendo o Iraque um terreno natural e assumido de expansão do sunitas fundamentalistas combatentes na Síria, estivesse toda a gente a dormir e permitir este descalabro, ainda por cima com as barbaridades e atrocidades cometidas por estes “amigos”, verdadeiramente horripilantes.
Uma outra lição que poderiam tirar é que esta coisa de decapitar à bruta, de um dia para o outro um país, sem tradição de partilha e alternativas de poder, conduz facilmente ao caos. Certamente que nos USA muita gente deve suspirar pelos velhos tempos do “good Saddam”… como certamente já faltará também pouco para suspirarem pelo “good Khadafi”.
Nota: foto de execução sumária de soldados iraquianos capturados pelos "nossos amigos".
Nota: foto de execução sumária de soldados iraquianos capturados pelos "nossos amigos".
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