Não gosto de embarcar em teorias da conspiração especulativas pouco fundamentadas, mas o caso do BPN e todos os seus “episódios” parece não deixar dúvidas que este descalabro de custo inacreditável para o contribuinte é mesmo fruto de uma conjugação de interesses de alto nível que se protegem mutuamente. É espantoso como foi possível fazer rodar e desaparecer impunemente tanto dinheiro. Não é necessário recordar que entre os tantos que se aproveitaram está o actual Presidente da República, ao ter trocado com Oliveira e Costa uns papeizinhos de valor arbitrário sem fundamento económico. Depois da nacionalização precipitada ainda está por fazer o balanço da recuperação dos activos e dívidas e da reprivatização, mas as expectativas são baixas. Aliás, nem me surpreenderia que os antigos ou os novos donos colocassem uma acção ao Estado Português por qualquer coisa mal cosida no processo e ganhassem.
Aliás, o último episódio tem a ver precisamente com as acções judiciais em curso. Veio a público recentemente que os mesmos advogados representam o Estado no processo de recuperação de activos e também os antigos donos no processo de impugnação das condenações de que foram alvo pelo Banco de Portugal por prestação de contas falsificadas e outras trapalhadas. Para lá do que possa estar formalmente descrito como definição de conflito de interesses, esta é uma situação muito anormal e ainda por cima num caso tão sensível como este. É fácil adivinhar uma enorme promiscuidade, pouco higiénica e potencialmente lesiva de uma das partes. Por acaso, ou sem acaso, as condenações em causa até estão em bom caminho de prescreverem todas. Ora bem, se um mínimo de moralidade e sentido ético deveria levar os responsáveis a assumir o erro, pedir desculpas e corrigir imediatamente, pelo menos nas aparências, aqui não é o caso. Como é que alguém responsável pode argumentar que, sendo o Banco de Portugal uma entidade autónoma do Estado do Português, são assuntos independentes e que o que o seu fornecedor de serviços jurídicos faz em paralelo não lhe diz respeito? Por favor, não insultem a nossa inteligência nem continuem a utilizar o nosso dinheiro assim.
Aliás, o último episódio tem a ver precisamente com as acções judiciais em curso. Veio a público recentemente que os mesmos advogados representam o Estado no processo de recuperação de activos e também os antigos donos no processo de impugnação das condenações de que foram alvo pelo Banco de Portugal por prestação de contas falsificadas e outras trapalhadas. Para lá do que possa estar formalmente descrito como definição de conflito de interesses, esta é uma situação muito anormal e ainda por cima num caso tão sensível como este. É fácil adivinhar uma enorme promiscuidade, pouco higiénica e potencialmente lesiva de uma das partes. Por acaso, ou sem acaso, as condenações em causa até estão em bom caminho de prescreverem todas. Ora bem, se um mínimo de moralidade e sentido ético deveria levar os responsáveis a assumir o erro, pedir desculpas e corrigir imediatamente, pelo menos nas aparências, aqui não é o caso. Como é que alguém responsável pode argumentar que, sendo o Banco de Portugal uma entidade autónoma do Estado do Português, são assuntos independentes e que o que o seu fornecedor de serviços jurídicos faz em paralelo não lhe diz respeito? Por favor, não insultem a nossa inteligência nem continuem a utilizar o nosso dinheiro assim.
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