Setembro é o meu mês. Gosto de Setembro e do início do Outono, muito mais do que da Primavera das flores em botão, passarinhos e de todas as outras delicadezas que despertam e secam, sacudindo bolores, à saída do Inverno.
Não temos os campos pintalgados de papoilas e infestados de pólens, mas temos o pastel das cores ocres e o cheiro forte das vinhas e das figueiras. É muito mais intenso e muito mais premente.
Se a Primavera é a esperança ingénua, o Outono é o momento dos balanços e da maturidade. Em Abril aguardamos o fruto da floração. Em Setembro os frutos estão maduros e serão colhidos ou perdidos e, oxalá, haverão de retornar. Em frente da Primavera está a simplicidade de um desenvolvimento linear; à frente do Outono está a realidade complexa do como renovar.
A Primavera solicita-me e cansa-me nos seus dias crescentes; o Outono aconselha-me. Anuncia o encerrar de um ciclo que nos confronta com a nossa finitude e com a necessidade de renascer e recomeçar.
Não há fins de tarde mais belos do que os do fim do Verão.
Não temos os campos pintalgados de papoilas e infestados de pólens, mas temos o pastel das cores ocres e o cheiro forte das vinhas e das figueiras. É muito mais intenso e muito mais premente.
Se a Primavera é a esperança ingénua, o Outono é o momento dos balanços e da maturidade. Em Abril aguardamos o fruto da floração. Em Setembro os frutos estão maduros e serão colhidos ou perdidos e, oxalá, haverão de retornar. Em frente da Primavera está a simplicidade de um desenvolvimento linear; à frente do Outono está a realidade complexa do como renovar.
A Primavera solicita-me e cansa-me nos seus dias crescentes; o Outono aconselha-me. Anuncia o encerrar de um ciclo que nos confronta com a nossa finitude e com a necessidade de renascer e recomeçar.
Não há fins de tarde mais belos do que os do fim do Verão.
Não há mês mais belo do que o mês de Setembro.
5 comentários:
Tão bonito texto, sentido e tão verdadeiramente teu! Tão subtil a beleza desta fotografia simples! Tudo tão do meu agrado, que não resisto ao elogio deste Setembro poético que amadureceste em ti!
Pois... Amadurecer em Setembro só mesmo as saudades, indeléveis e subtis, dos tons acastanhados, violetas escuros e púrpuras rosáceos dos vinhedos nos sucalcos das memórias ancestrais...
Já lá dizia o outro, pimbando ou não, pouco importa: "Setembro foi um mês eternidade...".
Em resposta a um comentário lá no meu tasco, escrevi assim:
É, de facto, uma época mais aconchegante, de tons mais densos, aromas mais quentes, de um tom mais soturno, mais grave, mais difícil, mais intenso, mais sério. E a magia das fugas para um destino secreto...!
Acho que é assim que sinto o Outono. Que o espero, o recebo, o recordo e o fantasio.
Gostei dessa forma de o sentires.
E a imagem - pelo sossego e pelo tom; pela solidão prazenteira que apenas a almas de outono apreciam -, diria que é um reflexo perfeito.
Eu, pecador, me confesso, bis!
Essa pimbice às vezes passa-me pelos lábios ao pensar em Setembro, assim como o "September Mornings" do Neil Diamond e sua versão/(original?)francesa "C'est em Séptembre..." que acho que é de um tal Gilbert Bécaud...
E pronto! Já estraguei a quietude e a beleza do post mas estava mesmo a precisar disto para abrir ruptura para o seguinte.
Pimbices à parte e posts acrescentados à parte (ainda por cima, sobre "polacos pimbas"...), é nestas águas de cores e reflexos extraordinários que continuo a mergulhar o olhar, quando venho a esta página...!
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