07 maio 2007

Simples e completo




Acho que a apreciação de uma obra de arte é fortemente influenciada pelo contexto pessoal em que é visitada. Se eu tivesse lido “O Estrangeiro” pela primeira vez hoje e não aos 16 anos, talvez ele representasse menos para mim. O primeiro livro que li há muitos anos de Steinbeck, “A um deus desconhecido”, não me soou com a mesma intensidade com que, mais tarde, os restantes me fascinaram. Até acho que, às tantas, um dia, quem sabe, ainda hei-de olhar para uma barra de ferro ferrugenta dobrada numa exposição de arte plástica moderna e achá-la ao mesmo nível estético da “Vénus de Milo” (?!).

Tudo isto a propósito do filme “Paris Texas” que revisitei recentemente, a partir de um DVD de saldo, no PC portátil, em cima dos joelhos. Acho que quando o vi pela primeira vez, com as condições todas, tinha gostado. Mas, agora, deslumbrou-me. Um história com tanto de simples como de completo, magistralmente contada e com uma fotografia que é um regalo para os olhos da primeira à última cena.
Uma obra prima!

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