Mais uma vez, neste último fim de semana, a direita espanhola encheu as ruas de Madrid. Desta vez foi juntamente com a Associação das Vítimas do Terrorismo para protestar contra a decisão do governo de encetar negociações com a ETA. Há uns meses era ao lado da igreja católica para protestar contra uma proposta que, entre outras coisas, retirava a obrigatoriedade do ensino de religião no ensino concertado.
Parece-me ver nestas manifestações, e na atitude radicalizada do PP, algo mais do que uma simples e salutar manifestação de liberdade de expressão. É como se o PP ainda não tivesse recuperado do choque de ter perdido o poder e procurasse retirar na rua a legitimidade que o governo actual ganhou nas urnas. A virulência e agressividade do seu estilo de oposição parecem fruto da amargura de quem não se resigna a ser oposição democrática.
Isto acontece num país em que “informação”, cada qual tem a sua. O mundo que se encontra no “El País” é muito diferente do país que se lê no “El Mundo”. Em que o embuste à volta do caso do “Prestige” durou semanas enquanto em Portugal, por exemplo, não resistiria mais do que algumas horas. Num país em que o PP perdeu as eleições por claramente ter tentado manipular a informação após os 11 de Março, muita gente de direita ainda quer acreditar que a ETA teve alguma participação nesses atentados. Nesse país, na manifestação em referência, exigia-se do governo a verdade sobre o 11M, supostamente manipulada pelos socialistas. É preciso ter um desplante!!!
Em Janeiro último, a propósito do novo estatuto para a Catalunha, que muitos julgam incluir excessiva autonomia e pôr em causa a unidade nacional, o chefe do exército, tenente-general José Mena Aguado, afirmava em público que as forças armadas tinham a missão constitucional de garantir a integridade do país e que não se esqueceriam da sua fidelidade à Constituição. Chegou a referir que “A história se repetia”, evocando os preliminares da Guerra Civil. Foi preso e destituído. É muito preocupante que um militar desta patente afirme isto num discurso oficial e que, numa primeira reacção, o PP tenha manifestado compreensão e achado as declarações “inevitáveis”. Até que ponto é uma visão isolada ?
Na Guerra Civil evocada, os ódios exacerbados deram origem a uma violência rancorosa e a ajustes de contas que fora muito para lá da lógica estritamente militar. A construção do “Vale dos Caídos” em boa parte pelos prisioneiros vencidos é todo um símbolo. Por isso, assusta ver olhares faíscantes dizerem que “ A Zapatero, tenho-lhe ódio!!!”
Por tudo isto, preocupa-me um pouco ver assim este “povo na rua”…
Parece-me ver nestas manifestações, e na atitude radicalizada do PP, algo mais do que uma simples e salutar manifestação de liberdade de expressão. É como se o PP ainda não tivesse recuperado do choque de ter perdido o poder e procurasse retirar na rua a legitimidade que o governo actual ganhou nas urnas. A virulência e agressividade do seu estilo de oposição parecem fruto da amargura de quem não se resigna a ser oposição democrática.
Isto acontece num país em que “informação”, cada qual tem a sua. O mundo que se encontra no “El País” é muito diferente do país que se lê no “El Mundo”. Em que o embuste à volta do caso do “Prestige” durou semanas enquanto em Portugal, por exemplo, não resistiria mais do que algumas horas. Num país em que o PP perdeu as eleições por claramente ter tentado manipular a informação após os 11 de Março, muita gente de direita ainda quer acreditar que a ETA teve alguma participação nesses atentados. Nesse país, na manifestação em referência, exigia-se do governo a verdade sobre o 11M, supostamente manipulada pelos socialistas. É preciso ter um desplante!!!
Em Janeiro último, a propósito do novo estatuto para a Catalunha, que muitos julgam incluir excessiva autonomia e pôr em causa a unidade nacional, o chefe do exército, tenente-general José Mena Aguado, afirmava em público que as forças armadas tinham a missão constitucional de garantir a integridade do país e que não se esqueceriam da sua fidelidade à Constituição. Chegou a referir que “A história se repetia”, evocando os preliminares da Guerra Civil. Foi preso e destituído. É muito preocupante que um militar desta patente afirme isto num discurso oficial e que, numa primeira reacção, o PP tenha manifestado compreensão e achado as declarações “inevitáveis”. Até que ponto é uma visão isolada ?
Na Guerra Civil evocada, os ódios exacerbados deram origem a uma violência rancorosa e a ajustes de contas que fora muito para lá da lógica estritamente militar. A construção do “Vale dos Caídos” em boa parte pelos prisioneiros vencidos é todo um símbolo. Por isso, assusta ver olhares faíscantes dizerem que “ A Zapatero, tenho-lhe ódio!!!”
Por tudo isto, preocupa-me um pouco ver assim este “povo na rua”…
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