29 junho 2006

Ainda a avaliação e a cultura subjacente

Um estudo realizado recentemente mostrou existir uma correlação relativamente directa entre o nível de corrupção de um país e a respectiva difusão da prática do “copianço”.

Perfeitamente lógico, digo eu. Num país são, em que se alcança algo pelo que se vale mesmo, é importante saber e, para isso, é fundamental aprender mesmo. O “copianço” pode trazer um sucesso de curto prazo mas condena o longo prazo. Num país podre, não é tão importante aprender a sério porque isso não será fundamental para o futuro. Aqui, o “copianço” resulta em pleno. Não é importante saber mesmo, basta o diploma formal.

Ainda se pode acrescentar o factor pressão social, positiva e negativa, que auto-alimenta e reforça a corrente dominante. Se “toda” a gente copia, porque me hei-de “prejudicar” ? / Se “ninguém” copia, mais vergonhoso será ser apanhado a aldrabar!

3 comentários:

Anónimo disse...

Que bom que este post tenha vindo rapidamente acrescentar-se/completar o anterior, porque é por isto, e só por isto, que tudo poderá fazer sentido e ter valor: APRENDER!

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Quanto ao copiar, que o autor do post fique informado de que: tudo o que seja requintado e trabalhoso está fora de questão (que os serviços de reprografia tenham tido necessidade de controlar a realização de fotocópias reduzidas poderá dizer alguma coisa quanto a isso?); persistem os métodos mais simples e directos, roçando o descaramento. De resto, a escola é um sítio de "estar", de que se gosta, de convívio... Alguns profs já quase "pedem de joelhos" que se aprenda alguma coisa!... E, com tanta pressão sobre eles, nem isso vai ser preciso!!...
A escola será um sítio de passagem.
Aprender? Talvez depois... quando REALMENTE for acometida a quem aprende a responsabilidade de aprender!!!

APC disse...

Valores sérios, internalizados e comungados. É isto, uma vez mais! ... Da mesma essência daqueles que (perdoa-me o desvio do tema, já habitual) fazem com que o tuga aplauda o "aquele é que foi esperto!" que enganou o fisco, quando, noutros contextos, esse mesmo pelintra teria a sua reputação seriamente condenada entre os seus mais próximos.
3 níveis: prevericar e gabar-se; prevericar e esconder-se; e, só lá "muito à frente", o sentir-se bem por ser cumpridor e merecer o que conquista sem prejudicar ninguém.
Há muita estrada para andar.

APC disse...

* O problema de valores é que deverá ser da mesma essência do que se lhe segue, pois os "valores sérios" nada têm que ver com o "prevericanço" que dei de exemplo, sendo a sua antítese. Eu é que liguei mal as ideias(são 03:05)! Mas tu percebes-me. :-)