O desenvolvimento dos recursos humanos é um vector fundamental na gestão de qualquer actividade e a avaliação do seu desempenho uma ferramenta indispensável para esse fim. Curiosamente, ou talvez não, a forma como é realizada constitui um indicador infalível da sanidade e maturidade de cada organização. Numa estrutura saudável, a avaliação procura ser objectiva, justa, rigorosa e é encarada como uma necessidade para a melhoria. O avaliador tem, em primeiro lugar, responsabilidades para como quem é avaliado. Numa estrutura enferma, a avaliação é um frete incómodo ou uma ferramenta de pseudo-justificação de favoritismos. Não há preocupações de alinhamento entre os objectivos fundamentais e os parâmetros de avaliação e, mais grave, o avaliador sente ter poder discricionário sobre o avaliado.
Uma avaliação mal alinhada ou mal realizada, é um acelerar para a desgraça. Definir objectivos secundários de curto prazo ou o interessado ter “a faca e queijo na sua própria mão” e manipular os indicadores, é pior do que estar quieto. Num meio competitivo de dinâmica rápida isso traduz-se em mau desempenho e, rapidamente, em problemas de sobrevivência da organização.
Estas considerações vêm a propósito, como se imagina, da enorme polémica relativa à avaliação dos professores. Infelizmente parece que, antes começar, se está já a entrar em deriva. Um exemplo: se a avaliação dos professores depende do resultado dos alunos e se, em muitos casos, esses resultados são as notas dadas pelo próprio professor, sem nenhuma aferição externa….está bom de ver que irá acontecer. Inflação nas notas dadas, para ninguém se “prejudicar”.
A participação dos pais deveria ser discutida como uma questão de responsabilidade e não de poder. Mas, muitíssimo mais importante, é a definição clara dos objectivos fundamentais e a sua validação isenta: para alguns alunos, o melhor professor pode ser o que falta mais; para alguns pais, o melhor professor será talvez o mais generoso em notas. No entanto, para a sociedade o objectivo é a preparação que cada aluno recebe e que lhe permitirá criar riqueza no futuro, em retorno do investimento que nele está a ser feito e com garantia de igualdade de oportunidades para todos.
Será extremamente difícil que este processo seja justo e eficaz enquanto a “organização” não estiver sã. No entanto, a “desgraça” potencial é enorme. Que sucesso pode ter um país que tenha licenciados que não sabem interpretar nem resumir um texto simples? Isto deveria ser entendido e assumido pela comunidade como o motor fundamental da nossa riqueza futura e deveria sobrepor-se às picardias estéreis e destrutivas.
Uma avaliação mal alinhada ou mal realizada, é um acelerar para a desgraça. Definir objectivos secundários de curto prazo ou o interessado ter “a faca e queijo na sua própria mão” e manipular os indicadores, é pior do que estar quieto. Num meio competitivo de dinâmica rápida isso traduz-se em mau desempenho e, rapidamente, em problemas de sobrevivência da organização.
Estas considerações vêm a propósito, como se imagina, da enorme polémica relativa à avaliação dos professores. Infelizmente parece que, antes começar, se está já a entrar em deriva. Um exemplo: se a avaliação dos professores depende do resultado dos alunos e se, em muitos casos, esses resultados são as notas dadas pelo próprio professor, sem nenhuma aferição externa….está bom de ver que irá acontecer. Inflação nas notas dadas, para ninguém se “prejudicar”.
A participação dos pais deveria ser discutida como uma questão de responsabilidade e não de poder. Mas, muitíssimo mais importante, é a definição clara dos objectivos fundamentais e a sua validação isenta: para alguns alunos, o melhor professor pode ser o que falta mais; para alguns pais, o melhor professor será talvez o mais generoso em notas. No entanto, para a sociedade o objectivo é a preparação que cada aluno recebe e que lhe permitirá criar riqueza no futuro, em retorno do investimento que nele está a ser feito e com garantia de igualdade de oportunidades para todos.
Será extremamente difícil que este processo seja justo e eficaz enquanto a “organização” não estiver sã. No entanto, a “desgraça” potencial é enorme. Que sucesso pode ter um país que tenha licenciados que não sabem interpretar nem resumir um texto simples? Isto deveria ser entendido e assumido pela comunidade como o motor fundamental da nossa riqueza futura e deveria sobrepor-se às picardias estéreis e destrutivas.
2 comentários:
Sabes que esse a tema a mim baralha-me, porque a minha vontade é chamar "disparate" à ideia dos encarregados de educação a avaliarem professores, ainda que não me repugne que devam ter uma palavra a dizer, com algum peso avaliativo, mas não sei em que medida, quanto ou como, por isso vou ficar caladinha.
Agarro-me a outra tábua que boia nestas águas: "que sucesso pode ter um país que tenha licenciados que não sabem interpretar nem resumir um texto simples?"...
Sabes que, para isso, é preciso conhecer a língua, importante conseguir associar ideias e ter um quê de cultura, e ainda será necessário possuir a capacidade de raciocínio abstracto. Difícil, não?
De saber qual a fase de aprendizagem e quais os professores que mais contribuiram para isso, I mean. :-)
Beijinho desencontrado*
Por partes:
1. A avaliação de um "serviço" pelos utilizadores é normal. Neste caso por alunos e pais, sempre e só se muito bem definido e enquadrado e dentro a tal "cultura sã".
2. Hoje ouvi um ministro na rádio, Manuel Pinho da Economia, dizer que "houveram" inúmeros contactos com a General Motors. Nota zero.
3. A educação abrange vários níveis, em cascata, a começar e a acabar na família.
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