19 novembro 2017

Pronada ou supinada?


Depois de quase duas décadas de retiro, as velhas sapatilhas voltaram às lides, mas não resistiram. Entregaram, não a alma ao criador, mas o revestimento de uma das solas à Natureza, ficando assim eu com uma sapatilha careca. Penso que não dá multa, mas não é bom. Aliás, multa mesmo, deveria ser aplicada a quem por aí anda em passada patuda.

Na loja, o vendedor quis saber como era a minha passada. Quando me preparava para responder, dizendo que não era patuda, precisou ser importante saber se era pronada, supinada ou neutra. Resisti a preguntar se ele tinha coragem para chamar supinador a algum familiar, mas apenas comentei que no meu tempo não havia nada disso. Respondeu, e bem, que este ainda era o meu tempo. Melhor do que o outro que, quando comprei uns patins em linha, me avisou de que aqueles rolamentos seriam rápidos demais para a minha idade…

Explicação feita, aquilo era simplesmente coisa de o pé cambar para dentro ou para fora. Como me considero uma pessoa equilibrada, declarei-me neutro, que o importante era terem amortecimento máximo e recebi as correspondentes para experimentar. Aquilo era mesmo fofo, mas parecia que ao pisar o chão estava a esborrachar algo em todas as direções, sem sentir o solo nem reenvio. Pedi algo mais firme e a coisa melhorou. Face à minha abertura, o rapaz ainda propôs mais duas alternativas. Uma declaradamente fora e outra… mais leves, mais ajustadas, mais ligadas ao solo e… claro, mais firmes. A opção racional seria pela do pé direito, mais amortecida; mas a outra, do pé esquerdo, daria mais gosto a correr, mas também mais risco. Razão ou coração?

A sapatilha nova que está na foto é de um pé esquerdo.

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