31 julho 2016

A outra sanção

Andaram os cortesãos das várias famílias, tendências e obediências muito entretidos a discutir o cenário das sanções europeias. De quem foi a culpa de elas poderem chegar e de quem foi o mérito de elas não terem chegado. Não faltaram murros no peito do “A mim, ninguém sanciona” e por pouco não se foi ressuscitar D. Afonso Henriques para defender a nossa soberania.

Não houve sanções e a corte respirou de alívio. Podem todos ir de férias, aliviados, mas eu não. Vejamos. Para “voltar a página da austeridade”, que é como quem diz, abrir mais os cordões à bolsa, convém que esta esteja mais cheia. E pode estar mais cheia por a enchermos nós ou por pedirmos emprestado. Estando último cenário um pouco complicado, há até quem diga, com alguma razão, que a nossa dívida pública é insustentável e nunca a conseguiremos reembolsar, não será muito lógico estar a aumentá-la ainda mais.

Relativamente à alternativa sustentável de aumentarmos a nossa riqueza, e esquecendo os generosos 2,4% de crescimento para 2016 avançados pelos sábios do PS antes das eleições, o orçamento de Estado atual prevê 1,8%. Sendo certo que prognósticos apenas no final do jogo, e nunca se sabe bem o que pode acontecer nos prolongamentos, as previsões atuais apontam para valores claramente abaixo de 1%. Esta redução de riqueza criada, é só fazer as contas, de cerca de 2 mil milhões de euros a menos, é um detalhe?

Nota: Não adianta aumentarem os impostos e tirar de alguns para dar a outros. Enquanto não houver produção de riqueza, a cepa continuará torta…

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