14 julho 2016

A má reputação no 14 juillet


Hoje é o dia da festa nacional francesa, da tomada da Bastilha, que iniciou uma revolução com tanto de liberdade e igualdade nos princípios como de tirania e injustiça na prática. Ao ver umas imagens dos desfiles nos Campos Elísios dei-me por mim a trautear a “Mauvaise Reputation”. Deu-me vontade de a traduzir e deixar aqui. Recordando aquela voz quase monocórdica com aquela viola quase monotónica… de um grande trovador.

Na aldeia, sem pretensão,
Eu tenho má reputação;
Que me mexa ou que fique quedo
Passo sempre por um sabe-se lá o quê.
Portanto, não faço mal a ninguém,
Seguindo o meu caminho de homenzito
Mas as bravas gentes não gostam que
Se siga um caminho diferente do deles
Todos me maldizem,
Exceto os mudos, está claro.

No catorze de julho,
Eu fico na minha cama quentinha;
A música marcial,
Não me diz respeito.
Portanto, não faço mal a ninguém,
Por não ouvir os sons do clarim;
Mas as bravas gentes não gostam que
Se siga um caminho diferente do deles
Todo mundo me aponta a dedo,
Exceto os manetas, está claro.

Quando eu encontro um ladrão azarado
Perseguido por um labrego;
Estico a perna e reconheço,
O labrego estatela-se
Portanto, não faço mal a ninguém,
Por deixar fugir os ladrões de maçãs;
Mas as bravas gentes não gostam que
Se siga um caminho diferente do deles
Todos correm atrás de mim,
Exceto os pernetas, está claro.

Não é preciso ser um Jeremias
Para adivinhar o destino que me está prometido:
Se eles encontram uma corda a seu gosto,
Passá-la-ão no meu pescoço.
Portanto, não faço mal a ninguém,
Por seguir caminhos que não vão dar a Roma;
Mas as bravas gentes não gostam que
Se siga um caminho diferente do deles
Todos virão ver-me enforcado,
Exceto os cegos, está claro.

Foto Googleada

Nota: Após o acontecimento de Nice, fiquei a pensar se este apontamento sobre o 14//7 não seria de oportunidade infeliz. Mantenho-no, no entanto, para não misturar coisas. Estes acontecimentos não devem mudar a nossa agenda.

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