08 agosto 2016

Coisas de ir ver a bola

De ir ver a bola há muito quem goste e que esteja disposto a fazer grandes sacrifícios para isso, de tempo (livre) e dinheiro. Se for possível ir vê-la no tempo de serviço e por conta de outrem, será ainda melhor, certamente.

Quando vejo nos grandes eventos futebolísticos, tanta mobilização de figuras, em suposta representação institucional de qualquer coisa, fico sempre com algumas dúvidas sobre qual a real motivação daquelas presenças. Que um deputado chame “trabalho político” a ir ver a bola, é um abuso, que invoque “motivo de força maior” é ignorância crassa ou desvergonha ilimitada.

Que membros de governo vão ver a bola a expensas de empresas privadas é não saberem o que é ser governo. Se a comunicação social fala no assunto e os presenteados a seguir devolvem o dinheiro, significa que reconhecem o erro e só (re)agiram pela exposição mediática.

Aquela gente toda que vai ver a bola, especialmente nos grandes eventos, não é necessária para a promoção dos encontros ou motivação da equipa. Há outras atividades que necessitam e merecem mais apoio institucional e visibilidade do que um campeonato da Europa de futebol. Há formas mais eficazes de promover o desporto e, já agora a cultura, que não passam por estar sentado a assistir. Há gente de mais a ver a bola, fazendo de conta que está “em serviço”, quando, na realidade, está apenas a ver a bola…

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