27 março 2015

Cofres cheios e palavras ocas

A ministra das finanças disse que o país tem os cofres cheios. É uma frase que pode chocar quem passa dificuldades e vê um horizonte negro para sim e para os seus. António Costa que penosamente vê a data das eleições cada vez mais longínqua, resolveu “cavalgar o sentimento”. Como começa a ser hábito não se entendeu muito bem se contestou o nível real dos cofres, ou os critérios do seu esvaziamento. Para não ficar atrás, Carlos César, também veio dar ideias peregrinas sobre a forma de os esvaziar. O que Maria Luís Albuquerque quis dizer é que temos capacidade de honrar os nossos compromissos num dado horizonte, não correndo o risco de ficar com uma “mão à frente – outra atrás” a curto prazo. No entanto, manter-se-á ainda em 2015 um défice nas contas públicas, ou seja, a dívida pública vai continuar a subir!

Se a responsabilidade da recente pré-falência do país não incumbe exclusivamente ao PS, era ele quem estava de serviço no turno em que o acidente ocorreu. António Costa não pode ignorar isso e, como candidato a primeiro-ministro responsável, não deveria embarcar nestas manipulações grosseiras de confundir garantia de tesouraria a curto prazo com disponibilidade de fundos para distribuir. Gastar hoje o que temos hoje na carteira é leviano e catastrófico, como qualquer cidadão que saiba fazer contas na vida concordará. Fazer politiquice com a imagem dos “cofres cheios” é ignorância e/ou irresponsabilidade. E lá ficaram as eleições um pouco mais longe, ainda...!

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